MISSÃO:

Profissional especializado em Atividade Física, Saúde e Qualidade de Vida. Sérgio Nunes e sua empresa QualiFis, pretendem desenvolver junto aos seus alunos e clientes a ideia da verdadeira Saúde, que obviamente não é apenas a ausência de doença, mas também o Encantamento com a Vida, dotando-os de um entendimento adequado de se Priorizar, de compreender que vale a pena Investir no seu Potencial de Ser, através do investimento na melhoria da Qualidade de Vida, aprimorando a saúde e usando como meio, a Atividade Física, em suas mais diferentes possibilidades.

“As informações, dicas e sugestões contidas nesse blog têm caráter meramente informativo, e não substituem o aconselhamento individual e o acompanhamento de médicos, nutricionistas, psicólogos e profissionais de educação física.”

EM DESTAQUE AGORA NO BLOG....

EM DESTAQUE AGORA! É SÓ CLICAR PARA SE INFORMAR!

sábado, 28 de maio de 2011

EXERCÍCIO E CÂNCER (PARTE I)

Exercício e Câncer - Parte I
http://www.biologiadasaude.org/

Sinopse: 

A sociedade americana do câncer ressalta que, para a maioria dos americanos que não fumam, a dieta e a atividade física são os fatores modificáveis mais importantes na redução do risco de desenvolvimento da doença. De fato, evidências de que a atividade física esta associada à prevenção, ou redução no risco de desenvolvimento do câncer tem sido acumuladas rapidamente. Atualmente, os dados epidemiológicos classificam o efeito do exercício na redução do rico de câncer como “convincente” para cânceres de mama e cólon, “provável” para câncer de próstata, “possível” para pulmão e câncer de endométrio e “insuficiente” para outros locais. A realização de mais pesquisas certamente permitirá que possamos melhor estabelecer a relação entre o risco de desenvolvimento de diversos tipos de câncer e atividade física, bem como permitirá um melhor detalhamento dos mecanismos biológicos que explicam tais associações.



Organizações de saúde calculam que o câncer seja responsável pela morte de seis milhões de pessoas anualmente no mundo (Rennie & Rusting, 1996), sendo que 50% desses indivíduos morrem nos primeiros cinco anos após diagnosticada a doença. Apesar da incidência de alguns tipos de câncer ter apresentado diminuição nos países em desenvolvimento, de forma geral os casos de câncer têm aumentado consideravelmente nos últimos anos (Trichopoulos, Li & Hunter, 1996).

Os processos pelos quais o câncer se desenvolve não são totalmente compreendidos, mas a maioria das teorias sobre o assunto utilizam um modelo com dois passos básicos. O primeiro passo consistiria na alteração do material genético celular. O segundo passo caracterizar- se- ia pela divisão da célula alterada e transmissão de seu material genético para células filhas.
De acordo com Weinberg (1996), o câncer é a substituição progressiva de células normais de um determinado tipo por células alteradas. O crescimento acelerado do tumor contraposto à lenta taxa de mortalidade das células cancerosas resulta no crescimento da massa tumoral. Em algumas situações, as células dessa massa deslocam-se de seu local de origem, propagando- se através da circulação, formando colônias de células cancerosas por todo o organismo, denominadas metástases. Massas tumorais de origem metastática podem impedir a função de inúmeros orgãos, podendo resultar em morte.

Weinberg (1996) relembra que a palavra “câncer” é um termo generalizado que abrange mais de 100 formas da doença e, embora cada tipo de câncer tenha aspectos particulares, causas básicas comuns parecem estar envolvidas no seu desenvolvimento. Diversos fatores são apontados como agentes potencialmente envolvidos no desencadeamento e/ ou desenvolvimento da doença. Esses fatores foram descobertos a partir de observações realizadas em estudos epidemiológicos, capazes de identificar aspectos comuns no histórico de indivíduos portadores de câncer. Fatores como dieta, fumo, contato com substâncias tóxicas, consumo de álcool, infecção por diferentes patógenos, diversos tipos de radiação e poluição ambiental são considerados importantes. Nos EUA, por exemplo, os dois primeiros fatores, dieta e fumo, são reconhecidamente os maiores responsáveis por mortes devido ao câncer (Trichopoulos et alii, 1996).


Anualmente, mais de 10 milhões de pessoas ao redor do mundo são diagnosticadas como portadoras de câncer. Uma doença considerada prevenível. Nas últimas duas décadas tem ficado evidente que fatores genéticos determinam à suscetibilidade ao câncer, mas são os fatores ambientais que irão estabelecer quais indivíduos geneticamente suscetíveis serão afetados.  







De acordo com Calabrese (1990) considera- se que o sistema imunológico (SI) apresenta um papel fundamental na defesa contra o câncer dado a capacidade desse sistema de reconhecer fatores estranhos ao organismo (tais como células cancerosas). Uma característica comum entre os vários fatores relacionados ao desenvolvimento do câncer é que todos são capazes de exercer influências sobre o SI (provocando imunossupressão). Vale ressaltar, porém, que muitos aspectos específicos dos mecanismos através dos quais esses fatores contribuem para o estabelecimento do câncer não são conhecidos (Trichopoulos et alii, 1996).
     O desenvolvimento do câncer esta associado com proliferação e crescimento celular desordenado. Diferentes mecanismos podem ser iniciadores do processo, tais como auto- suficiência na geração de sinais de crescimento, insensibilidade aos sinais anti-crescimento, desvio das vias de apoptose (um tipo de morte celular), elevado potencial para proliferação e angiogênese (formação de novos vasos). Como conseqüência ocorre a expansão de uma massa celular, denominada tumor, capaz de invadir tecidos adjacentes. O crescimento do tumor passa por diferentes estágios conhecidos como iniciação, promoção e progressão. Em muitos casos, células deste tumor ganham a corrente sanguínea, instalando-se em regiões diversas do organismo, o que é denominado metástase. Do ponto de vista clínico, o termo câncer é aplicado a tumores metastáticos, também denominados tumores malignos. 

Efeitos do exercício sobre a incidência e desenvolvimento do câncer:


O câncer hoje é compreendido não como uma única doença, mas como um conjunto de mais de 400 distintos diagnósticos histológicos, cada qual estando associado com comportamentos biológicos e modelos de expansão específicos. Apesar da grande diversidade do câncer, há notáveis similaridades nas manifestações clínicas de pacientes com a doença. Mesmo pacientes sem metástases experimentam efeitos sistêmicos tais como anorexia e caquexia.
A caquexia é uma síndrome caracterizada por perda de peso, anorexia, astenia, anemia e alterações profundas no metabolismo de carboidratos, lipídeos e aminoácidos. O estado caquético está invariavelmente associado com a presença e crescimento do tumor, e leva a um estado de desnutrição devido à indução de anorexia ou decréscimo da ingestão de alimentos. A caquexia parece originar-se de uma persistente resposta à doença, resultando na produção de citocinas pró-inflamatórias e hormônios catabólicos que impedem o uso apropriado dos nutrientes.
A perda de peso em pacientes caquéticos deve-se igualmente à perda de gordura e de massa muscular, e o processo é caracterizado por um aumentado catabolismo de proteínas musculares esqueléticas e um decréscimo na síntese protéica. Este processo também envolve proteínas cardíacas, resultando em importantes alterações na performance do coração. 
Apesar do grande desenvolvimento científico e tecnológico na área da saúde nos últimos tempos e dos inúmeros esforços para encontrar tratamento e cura para o câncer, fica evidente que os principais avanços na pesquisa estão mais focados na prevenção que na cura da doença.

Estimativas iniciais de que 75% a 80% dos cânceres diagnosticados poderiam ser evitados abriram caminho para investigações epidemiológicas subseqüentes que confirmaram a contribuição específica de fatores relacionados ao modo de vida e ambiente na etiologia desta doença. Recentemente, estimou-se que 35% das mortes por câncer no mundo poderiam ser atribuídas ao efeito combinado de nove fatores de risco, separados em cinco grupos: dieta e inatividade física, substâncias aditivas (uso de tabaco e álcool), saúde sexual e reprodutiva (infecções sexualmente transmissíveis), riscos ambientais (poluição do ar, combustíveis sólidos, tabagismo passivo) e contaminação venosa pelo vírus de hepatite B e C.

Qual o papel da atividade física?
Neste sentido, a atividade física vem ganhando notoriedade. Estima-se que 25% dos casos de câncer no mundo, e mais de um terço dos cânceres de cólon, mama, endométrio, esôfago (adenocarcinoma) e rim, sejam atribuídos ao excesso de peso e a um estilo de vida sedentário.  As evidências também apontam que modificações no estilo de vida estão associadas a uma maior sobrevida, bem como melhora na qualidade de vida e redução no risco de recorrência naqueles indivíduos que desenvolvem a doença.
Os estudos randomizados controlados (RCTs -Randomized, Controlled Trials) são frequentemente considerados o “padrão ouro” para conclusões científicas. Contudo, é da associação entre resultados de estudos observacionais e dos resultados experimentais focados na biologia da doença, que surgem à maior parte das informações sobre a complexa inter-relação entre atividade física e câncer.  

Fisiopatologia do câncer
O desenvolvimento do câncer esta associado com proliferação e crescimento celular desordenado. Diferentes mecanismos podem ser iniciadores do processo, tais como auto- suficiência na geração de sinais de crescimento, insensibilidade aos sinais anti-crescimento, desvio das vias de apoptose (um tipo de morte celular), elevado potencial para proliferação e angiogênese (formação de novos vasos). Como conseqüência ocorre a expansão de uma massa celular, denominada tumor, capaz de invadir tecidos adjacentes. O crescimento do tumor passa por diferentes estágios conhecidos como iniciação, promoção e progressão. Em muitos casos, células deste tumor ganham a corrente sanguínea, instalando-se em regiões diversas do organismo, o que é denominado metástase. Do ponto de vista clínico, o termo câncer é aplicado a tumores metastáticos, também denominados tumores malignos.


 O câncer hoje é compreendido não como uma única doença, mas como um conjunto de mais de 400 distintos diagnósticos histológicos, cada qual estando associado com comportamentos biológicos e modelos de expansão específicos. Apesar da grande diversidade do câncer, há notáveis similaridades nas manifestações clínicas de pacientes com a doença. Mesmo pacientes sem metástases experimentam efeitos sistêmicos tais como anorexia e caquexia.

     A caquexia é uma síndrome caracterizada por perda de peso, anorexia, astenia, anemia e alterações profundas no metabolismo de carboidratos, lipídeos e aminoácidos. O estado caquético está invariavelmente associado com a presença e crescimento do tumor, e leva a um estado de desnutrição devido à indução de anorexia ou decréscimo da ingestão de alimentos. A caquexia parece originar-se de uma persistente resposta à doença, resultando na produção de citocinas pró-inflamatórias e hormônios catabólicos que impedem o uso apropriado dos nutrientes.
       A perda de peso em pacientes caquéticos deve-se igualmente à perda de gordura e de massa muscular, e o processo é caracterizado por um aumentado catabolismo de proteínas musculares esqueléticas e um decréscimo na síntese protéica. Este processo também envolve proteínas cardíacas, resultando em importantes alterações na performance do coração. 
     Apesar do grande desenvolvimento científico e tecnológico na área da saúde nos últimos tempos e dos inúmeros esforços para encontrar tratamento e cura para o câncer, fica evidente que os principais avanços na pesquisa estão mais focados na prevenção que na cura da doença.


Exercício e risco de desenvolvimento do câncer

Evidências de que a atividade física esta associada à prevenção, ou redução no risco de desenvolvimento do câncer tem sido acumuladas rapidamente. A sociedade americana do câncer ressalta que, para a maioria dos americanos que não fumam, a dieta e a atividade física são os fatores modificáveis mais importantes no risco da doença. Atualmente, os dados epidemiológicos classificam o efeito do exercício na redução do rico de cancer como “convincente” para cânceres de mama e cólon, “provável” para câncer de próstata, “possível” para pulmão e câncer de endométrio e “insuficiente” para outros locais. A realização de mais pesquisas certamente permitirá que possamos melhor estabelecer a relação entre o risco de desenvolvimento de diversos tipos de câncer e atividadedetalhamento dos mecanismos biológicos que explicam tais associações.

Muitos dos mecanismos responsáveis pelo efeito protetor do exercício sobre o risco de desenvolvimento de câncer relacionam-se ou dependem dos efeitos do exercício sobre a obesidade. Por exemplo, redução do tecido adiposo com conseqüente redução nos níveis circulantes de hormônios secretados por este tecido, como adipocinas e estrógenos, e também melhora na resistência periférica e redução dos níveis sanguíneos da insulina são efeitos bem evidentes do exercício, e todos estes fatores possuem algum grau de relação com o risco de desenvolvimento do câncer.


Outros mecanismos envolvem efeitos do exercício sobre parâmetros independentes da obesidade. Por exemplo, no músculo esquelético a atividade física reduz a resistência à insulina mesmo sem modificação na composição corporal, sendo hábil em reduzir a hiperinsulinemia. A atividade física também afeta a motilidade do cólon, reduzindo o tempo de transito intestinal, e a exposição do cólon a carcinógenos. São ainda importantes os efeitos do exercício regulando processos inflamatórios e melhorando o reparo, ou reduzindo os danos oxidativos causados ao DNA. Os principais mecanismos através dos quais o exercício reduz o risco de desenvolvimento de diferentes tipos de câncer são sumarizados na tabela 1.

Mecanismo
Tipos de câncer potencialmente afetados
Hormônios sexuais
Mama, endométrio, próstata
Insulina, glicose
Cólon, Mama, pâncreas e diversos cânceres associados a obesidade, como de esôfago, renal,tireóide e endométrio.
Inflamação
Maioria dos tipos de câncer
Função imunitária
Maioria dos tipos de câncer
Adipocinas
Diversos cânceres relacionados à obesidade, como cólon, mama (pós-menopausa), esôfago,renal, tireóide e endométrio.

Tabela 1. Mecanismos plausíveis dos efeitos do exercício na redução do risco de câncer. Adaptado de McTiernan

Na próxima postagem sobre Exercício e Câncer aprofundaremos os mecanismos pelos quais a atividade física previne o surgimento do câncer. Não deixe de ler, e lembre-se...

Pratique atividade física e tenha uma alimentação saudável. 


Referências:

1.Simopoulos AP. The importance of the ratio of omega-6/omega-3 essential fatty acids. Biomed Pharmacother. 2002 Oct;56(8):365-79.

2.Doll R, Peto R. The causes of cancer: quantitative estimates of avoidable risks of cancer in the United States today. J Natl Cancer Inst. 1981 Jun;66(6):1191-308.

3.Intituto Nacional do Câncer. Causalidade em Câncer. [online] Disponível na internet via http://www.inca.gov.br/situacao/arquivos/causalidade_cancer.pdf. Arquivo capturado em 20 de julho de 2009.

4.McTiernan A. Mechanisms linking physical activity with cancer. Nat Rev Cancer. 2008 Mar;8(3):205-11.

5.Hanahan D, Weinberg RA. The hallmarks of cancer. Cell. 2000 Jan 7;100(1):57-70

6.Dunlop RJ, Campbell CW. Cytokines and advanced cancer. J Pain Symptom Manage. 2000 Sep;20(3):214-32.

7.Barber MD. Cancer cachexia and its treatment with fish-oil-enriched nutritional supplementation. Nutrition. 2001 Sep;17(9):751-5.

8.Argilés JM, Busquets S, López-Soriano FJ. Cytokines in the pathogenesis of cancer cachexia. Curr Opin Clin Nutr Metab Care. 2003 Jul;6(4):401-6.

9.Tisdale MJ. Cancer cachexia: metabolic alterations and clinical manifestations. Nutrition. 1997 Jan;13(1):1-7.

10.Rose DP, Connolly JM. Regulation of tumor angiogenesis by dietary fatty acids and eicosanoids. Nutr Cancer. 2000;37(2):119-27.

11. Friedenreich, CM, Orenstein MR; Physical Activity and Cancer Prevention:Etiologic Evidence and Biological Mechanisms, 2002. J. Nutr. 132: 3456S–3464S,

12.Kushi LH, Byers T, Doyle C, Bandera EV, McCullough M, McTiernan A, Gansler T, Andrews KS, Thun MJ; American Cancer Society Guidelines on Nutrition and Physical Activity for cancer prevention: reducing the risk of cancer with healthy food choices and physical activity. American Cancer Society 2006 Nutrition and Physical Activity Guidelines Advisory Committee. CA Cancer J Clin. 2006 Sep-Oct;56(5):254-8

13.Friedenreich, CM; Physical activity and cancer prevention: from observational to intervention research, 2001. Cancer Epidemiol. Biomarkers Prev.10, 287–301.


14.Friedenreich CM, Orenstein MR. Physical activity and cancer prevention: etiologic evidence and biological mechanisms. J Nutr. 2002 Nov;132(11 Suppl):3456S-3464S.

15.Bianchini F, Kaaks R, Vainio H. Overweight, obesity, and cancer risk. Lancet Oncol. 2002 Sep;3(9):565-74.

16.Frank LL, Sorensen BE, Yasui Y, Tworoger SS, Schwartz RS, Ulrich CM, Irwin ML, Rudolph RE, Rajan KB, Stanczyk F, Bowen D, Weigle DS, Potter JD, McTiernan A. Effects of exercise on metabolic risk variables in overweight postmenopausal women: a randomized clinical trial. Obes Res. 2005 Mar;13(3):615-25.

Nenhum comentário:

Postar um comentário