Não tem como não ter! Basta ser mulher... estrogênio, stress, desequilíbrios hormonais, retenção de líquidos, dieta inadequada, sedentarismo, deficiências circulatórias, aumento de peso... ou seja a Lipodistrofia Ginóide ("celulite") é multifatorial. O que significa que dificilmente alguma mulher escapa dela. Se não a tiver por um motivo, terá por outro, é fato.
Mas ela pode ser combatida, cada vez com mais tecnologia e eficácia. Hoje conhecemos a fundo suas causas, e os tratamentos estão cada vez mais modernos e eficazes. A cosmética evolui em velocidade-luz, a nutrição funcional está ao alcance de todos, os tratamentos acessíveis. A informação não é mais privilégio de poucos. Ou seja, sabemos o que fazer. Com a ajuda de bons profissionais e procurando combater a celulite em todas as frentes é possível melhorar muito o quadro.
O primeiro passo é definir se o que existe é mesmo "celulite". Sim, porque existem outras situações clínicas que se confundem com ela. O diagnóstico perfeito é fundamental para o sucesso do tratamento. Vejam alguns quadros clínicos descritos pelas mulheres como "celulite" , mas que exigem abordagens específicas e diferenciadas:
- Flacidez (muscular e/ou cutânea): O aspecto flácido dos tecidos provoca um efeito de "dobras" e "ondulações " na pele. Mas o tratamento deve focar-se na flacidez e não na "celulite" .
- Edema (inchaço): Os fatores desencadeantes podem ser hereditários, hormonais, devido a maus hábitos alimentares, entre outros. Observa-se um aspecto "mole" no tecido pelo acúmulo de líquido intersticial, descrito facilmente como "celulite" pelas mulheres. Mas a abordagem terapêutica deve ser voltada para a redução do edema, usando técnicas específicas para tanto. Nesses casos costuma-se ouvir da cliente que houve uma melhora na "celulite" já na primeira sessão... mas o que ocorreu foi um diminuição do edema e consequente melhora no aspecto da pele.
- Excesso de peso: Quando estamos acima do peso ideal estamos com nossas células de gordura, os adipócitos, com volume aumentado, o que dá ao corpo um aspecto "acolchoado" e um contorno indefinido. Nesse caso é necessário o acompanhamento nutricional adequado para que ocorra uma redução de peso, o que levará por consequência à melhora do aspecto celulítico.
Busque a orientação de um profissional competente e inicie o quanto antes um tratamento. É necessário persistência, disciplina, assiduidade. Sabemos que procurar tratamento estético apenas às portas do verão é um erro. As causas da celulite não escolhem estação do ano para se manifestarem. Os cuidados devem ser constantes, uma rotina, para sempre...
CELULITE:
Inicialmente para conhecer o processo de formação da celulite precisamos ser apresentados ao lipócito, que é a célula de gordura. O lipócito é uma célula que apresenta pequenos vacúolos de gordura distribuídos pelo seu interior. Estes vacúolos são quem recebe o excesso de gordura da alimentação. Com o progressivo aumento da deposição de gordura nos vacúolos, eles vão se aproximando um do outro, e acabam se juntando, aparecendo então um grande vacúolo que ocupa quase toda a célula.
Com a deposição de gordura, a célula toda aumenta de tamanho. O tecido gorduroso que fica embaixo da pele é formado por um grande número de lipócitos. Entre os lipócitos correm os vasos, as artérias que trazem o sangue, oxigênio e nutrientes e as veias e linfáticos que transportam o sangue e os produtos do metabolismo de volta para a circulação num processo contínuo. A quantidade de lipócitos é diferente nas pessoas com tendência à serem magras, que tem menos e nas pessoas com tendência à serem obesas que tem mais.
No tecido gorduroso existem também as fibras, que separam os grupos de lipócitos. É por causa das características destas fibras que as mulheres desenvolvem celulite e os homens não. Nas mulheres as fibras são finas e perpendiculares a pele, ligando a pele ao tecido muscular mais profundo. Nos homens as fibras são mais grossas e se ligam à musculatura de forma oblíqua. Quando aumenta o tamanho do tecido gorduroso na mulher por causa da acumulação de gordura, este tecido se expande em direção à pele e quando o mesmo acontece no homem, as fibras resistem à expansão em direção à pele e dirigem o tecido gorduroso em direção a profundidade, não aparecendo assim as irregularidades da celulite.
O tecido gorduroso aumentado, comprime as veias e linfáticos passando à existir então um edema (inchaço) que aumenta ainda maiso volume do tecido, piorando o processo de celulite. O hormônio feminino dirige mais gordura para regiões preferenciais como o quadril, e alteram a parede das microveias, piorando mais as condições circulatórias e agravando a celulite, em um ciclo vicioso que agora se inicia, e se não tratado tende à perpetuar. Os estágios de celulite vão acontecendo, desde o estágio I quando existe apenas um aumento de volume das células, com um pequeno edema, até estágios mais avançados, onde ocorre uma completa desorganização do tecido gorduroso com aparecimento de nódulos e depressões (buraquinhos).
A celulite é caracterizada principalmente pelo aparecimento de ondulações da pele, dando a esta o aspecto de casca de laranja ou de colchão. É causada por alterações no tecido gorduroso sob a pele, em conjunto com alterações na microcirculação e consequente aumento do tecido fibroso.
O termo também se refere a infecção bacteriana do subcutâneo, geralmente por estafilo aureus coagulase positivo (S. aureus). que é caracterizado por uma área eritematosa de bordos mal definidos, dolorosa, levemente edemaciada. Seu tratamento é farmacológico (com penicilinas penicilinases-resistentes)
A celulite se apresenta em quatro estágios de evolução.
Na condição normal o tecido gorduroso é ricamente irrigado, as células gordurosas são de tamanho e formas normais. Os vasos são eficientes e tem formato normal.
Acontece um aumento de volume das células do tecido gorduroso na região afetada ocasionado por acúmulo de gordura dentro da célula. Não existe alteração circulatória e dos tecidos de sustentação, apenas uma discreta dilatação das pequenas veias do tecido gorduroso. Não há sinais visíveis na pele e nem dor.
As células gordurosas ficam um pouco mais cheias de gordura, e as que ficam na parte mais profunda começam a sofrer o mesmo processo. Já aparece um certo grau de fibrose, que se piorar, começa à formar micronódulos na fase seguinte. O aumento do volume das células provoca alteração circulatória por provocar a compressão das microveias e vasos linfáticos. O sangue e a linfa (líquido aquoso que banha as células) ficam represados . Ocorre então um maior “inchaço” das células gordurosas e detritos tóxicos, que deveriam ser eliminados, começam a ficar acumulados. Na pele já é possível se observar irregularidades à palpação e ainda não existe dor.
As células continuam aumentando de volume por causa da contínua aquisição de gordura. Ocorre uma desordenação do tecido e aparecimento dos nódulos que apesar de mais profundos, são vistos como irregularidades na superfície da pele, mesmo sem palpação. Começa a existir uma fibrose, que é o endurecimento do tecido de sustentação (onde estão as fibras) e a circulação fica ainda mais comprometida. Pode aparecer os vasinhos e microvarizes. A pele tem o aspecto parecido com "Casca de Laranja". Ocorre a sensação de peso e cansaço nas pernas (Deve-se lembrar que a celulite é basicamente um problema circulatório, e nesse estágio a circulação no tecido gorduroso já está com problemas).
O inchaço desordenado das células gordurosas é acentuado, o tecido de sustentação se torna mais endurecido (fibroesclerose) e a circulação de retorno está muito comprometida. Nesse estágio, a celulite é dura e a pele fica "lustrosa", cheia de depressões, com aspecto acolchoado. As pernas ficam pesadas, inchadas, doloridas e a sensação de cansaço está freqüentemente presente, mesmo sem esforço. Aparecem os aspectos anteriores já descritos e surgem os "Black Holes", ou "Buracos Negros", que são regiões de circulação diminuída, representando uma coalizão de vários micronódulos em macronódulos e a presença de significativa fibrose.
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