O QUE SÃO?
É toda molécula que apresente um número ímpar de elétrons na sua órbita externa, ou seja, um elétron desemparelhado naquela posição.
A instabilidade estrutural faz com que essas moléculas tentem “desesperadamente” roubar um elétron de qualquer outra substância, a fim de se estabilizar. Com a perda desse elétron cria-se um novo Radical Livre (RL), que irá deflagrar uma reação em cadeia, lesando seriamente várias estruturas celulares.
Em 1900, descobriu-se o primeiro RL. Em 50 anos conheceu-se toda a sua química, e, em 1954, pela primeira vez, relacionaram-se essas substâncias reativas e tóxicas a uma “doença” inexorável: o Envelhecimento.
Essas partículas instáveis são produtos paralelos de muitos dos processos químicos das reações normais do organismo, e sua produção é aumentada pelo tabagismo, toxinas ambientais e stress.
Elas podem lesar a membrana celular e interagir com o material genético, possivelmente contribuindo para várias alterações crônico-degenerativas como o câncer, problemas cardíacos, diabetes, catarata e contribuindo para o processo de envelhecimento precoce do indivíduo.
Os radicais livres podem aumentar também o potencial danoso do LDL colesterol (Lipoproteina de baixa densidade), o maior causador da aterosclerose (degeneração das paredes das artérias, pela formação do ateroma – quisto cebáceo). Estão ainda envolvidos na causa ou agravamento de alguns males, como: Doença de Parkinson, mal de Alzheimer, esquizofrenia e outras demências, derrames cerebrais, endometriose (degeneração da mucosa uterina), lupus eritematoso (dermatose de manchas rubras), esclerose múltipla (endurecimento de órgãos), alergias, depressão, entre outros.
METABOLISMO:
De todo o oxigênio disponível pela célula, 95% transformam-se em energia utilizada para fabricar substâncias vitais e/ou mantê-las funcionando e vivas. Os 5% restantes são transformados, no metabolismo, em Radicais Livres (RL) de oxigênio, ou melhor chamados, de espécies reativas tóxicas de oxigênio: radical superóxido, peróxido de hidrogênio e radical hidroxila.
Esses elementos são gerados no organismo desde o momento da concepção, logo nos primeiros segundos de vida intra-uterina e sua produção é contínua durante toda a nossa existência. Até os 40/45 anos o organismo consegue neutralizar quase a totalidade dos 5% excedentes de RL. Mas em um determinado momento. A produção de RL excede a sua degradação e sobrepuja os mecanismos de defesa naturais anti-RL e de reparo celular, e assim, tem-se o início potencializado das alterações estruturais de proteínas, lipídios, ácidos nucléicos e carboidratos, as quais culminam em lesões celulares.
Desta maneira, ocorre, gradativamente, lesões de célula a célula, tecido a tecido, órgão a órgão, até chegarmos à instalação de uma doença. Um dos mecanismos mais freqüentes de lesão celular ocorre na membrana, um fenômeno conhecido como peroxidação lipídica.
A crescente exposição do organismo a metais tóxicos como o chumbo, o mercúrio, o cádmio, o alumínio, o níquel, etc, e a metais, considerados não tóxicos dependendo da sua concentração no organismo, como, por exemplo, o ferro (todos esses metais, particularmente o ferro, atuam como catalisadores), contribui para aumentar a geração dos RL de oxigênio.
Outra dificuldade para a degradação dos RL está no problema com a nutrição inadequada, desbalanceada e pouco natural. Pois os mecanismos de defesa anti-RL, dependem do aporte adequado, balanceado e da qualidade dos nutrientes.
Resumindo, se for oferecido à célula os elementos necessários ao seu metabolismo, ela terá condições de produzir energia, fabricar substâncias vitais, degradar os RL, agir nos mecanismos de reparo celular e de vigilância imunológica.
ESTRESSE OXIDATIVO:
Em determinadas situações adversas, a concentração de Radicais Livres (RL) aumenta de forma descontrolada, provocando diversos tipos de lesões, que atualmente são incontestavelmente relacionadas com a gênese de várias doenças. A essas situações deu-se o nome de Stress Oxidativo. Esse tipo de stress provém de diversos processos orgânicos e é precipitado por vários fatores exógenos (extrenos):
a)stress químico - poluição atmosférica, alimentação inadequada, medicamentos, pesticidas, radioatividade, etc.
b)stress emocional – depressão, medos, traição, frustações, abandonos, pressões, etc.
c)stress físico – trabalho braçal forçado, excessos de atividades físicas, lesões, etc.
d)stress infeccioso – doenças virais, bacterianas, fúngicas, etc.
Em resumo: no stress oxidativo, o aumento de RL modifica os meios intra e extra celulares, provocando lesões múltiplas em diversas estruturas e disfunção do sistema imunológico. Para combater tal desequilíbrio, podemos ter três condutas objetivas:
1)Diminuir o stress primário;
2)Administrar ou estimular a produção de enzimas antioxidantes (Glutation, Selênio, etc.).
3)Administrar antioxidantes não enzimáticos (Vitamina E, Caroteno, etc.).
ANTIOXIDANTES:
Pela ocorrência da oxidação causada pelos Radicais Livres (RL) é que uma maçã cortada escurece ou os óleos vegetais ficam rançosos.
Assim como ocorre com a maçã e o óleo, a oxidação no organismo pode levar ao aparecimento de problemas. A própria respiração, um ato vital ao organismo, cria RL a cada movimento respiratório.
Quando o organismo metaboliza proteínas cria-se RL, o tabagismo, a poluição do ar e a radiação ultravioleta expõem mais o corpo aos RL. Normalmente o organismo irá neutralizar grande parte, porém se a quantidade formada for muito maior do que se pode neutralizar, podem ocorrer danos, inclusive irreversíveis às células e tecidos.
Antioxidantes ajudam a diminuir os danos. Auxiliam o organismo a evitar a formação de RL e/ou reduzir seus efeitos. Dessa maneira os RL não conseguem danificar as células, tecidos e órgãos, minimizando os problemas de saúde.
Os antioxidantes são vitaminas específicas, minerais e enzimas. As mais comuns são:
a) Beta Carotenos: encontrados na maioria das frutas vermelhas, laranja e amarelo forte (cenoura, batata doce, abóbora, pêssego, brócoli, etc.);
b) Vitamina C: frutas cítricas, aspargo, brócoli, pimentão, tomate, batata com casca, etc.;
c) Vitamina E: encontrada em amêndoas, trigo integral, óleo virgem e grãos integrais;
d) Selenium: grãos integrais, aves domésticas, laticínios desnatados e frutos do mar.
Assim os especialista recomendam uma dieta balanceada, pobre em gorduras, com no mínimo 5 (cinco) porções diárias de frutas frescas e vegetais e ricas em grãos integrais. Isso propicia o aporte dos nutrientes necessários para a promoção da saúde e combater doenças.
Obs.: As frutas e sucos, vegetais e legumes em geral, devem ser ingeridos imediatamente após o preparo. Eles oxidam facilmente em contato com o ar e até mesmo na geladeira.
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