À medida que nos "civilizamos" ganhamos por um lado, mas também... perdemos, e muito, por outro. Começamos a ter menos necessidade (ou seria vontade?) de nos movimentar. E o Sedentarismo Moderno tomou conta do Corpo humano! Contudo, não devemos nos esquecer de que, O movimento é uma Necessidade Fisiológica para todo Ser Vivo Animal! Sem ele, a inatividade cada vez maior do nosso corpo preparado para o movimento... Acabará por deixar muitas sequelas! Muitas vezes é capaz de até levar à MORTE!
E uma nova modalidade de doenças e distúrbios passou a fazer parte da nossa vida! A Hipocinestesia (Falta de Movimento)! O mal do nosso século! O resultado dessa brincadeira (ou a falta delas!) é a perda de movimentos, força, agilidade, ganho excessivo de massa gorda, patologias cardíacas, respiratórias, osteomusculares e orgânicas...
E como consequência desta hipocinestesia, muitas alterações nos padrões naturais dos movimentos e posturais começaram a surgir. Assim diferentes áreas da saúde começaram a desenvolver através de pesquisas, experiências e conhecimento; mecanismos, meios, métodos de atividades/exercícios físicos para tentar corrigir todo este processo. Uma destas importantes áreas foi e está sendo a Educação Física! Profissionais comprometidos com a saúde e a qualidade de vida de seus alunos/clientes não cansam de se aperfeiçoar e especializar em diferentes assuntos... E, por isso mesmo, um "novo" conceito em abordagem será tratado agora!
Daqueles tempos empíricos para cá houve uma grande evolução na Educação Física, mas ainda hoje se observa, por grande parte dos profissionais, um profundo desconhecimento e/ou uma grande resistência ao pensamento da Integralidade. Afinal é muito mais prático e cômodo trabalharmos os movimentos isolados, compartimentados ou localizados.
Contudo, temos urgentemente que entender que só recuperamos os movimentos naturais se compreendermos que ele envolve todo o corpo. Hoje, mais do que nunca não se pode aceitar o pensamento analítico ou cartesiano; de focar apenas na região debilitada ou enfraquecida ou descompensada. Isso é contrário aos princípios universais que regem o movimento. O movimento é sistêmico, holístico e assim deve corresponder à uma ideia de que as suas propriedades totais não podem ser explicadas apenas pela soma dos seus componentes isoladamente. Isso não é matemática!
Mas sim que o sistema, como um todo, determina como se comportam as suas partes. A análise deve ser sistêmica!
“O todo é maior do que a simples soma das suas partes.” (Aristóteles)
E para que possamos, nós profissionais do movimento, desenvolvermos um Programa de Tratamento Eficaz e Seguro é indispensável compreender que o Sistema de Movimento Humano é altamente complexo com seus componentes Miofasciais, Neuromusculares e Articulares, interligados e interdependentes.
Basta uma estrutura alterar, um pouco que seja, a sua posição ou sua configuração espacial, para repercutir no todo em que está inserida.
Não é nada fácil nos manter dentro de um padrão ideal de estabilidade corporal, onde todos os segmentos corporais estejam alinhados de tal modo que o mínimo de esforço seja transferido para tendões, ligamentos, cápsula articular e articulações.
Somos submetidos durante as 24 horas por dia a forças externas que tendem a nos tirar do padrão ideal de Equilíbrio, onde o sistema muscular tem um papel fundamental tanto para nosso equilíbrio estático quanto dinâmico. A musculatura ao redor das articulações precisa manter um nível ótimo de tensão em todas as direções a fim de sustentar cada articulação na posição ideal. E estas forças agindo equilibradamente, hoje recebe o nome de TENSEGRIDADE CORPORAL!
E na tentativa de aprofundar mais nesta linha de conhecimento nos deparamos com os trabalhos de
Tom Myers e seus trilhos anatômicos e rotas miofasciais.
O que é tensegridade?
A palavra tensegridade (tensão + integridade, ou seja, integridade das tensões) foi criada e utilizada por R. Buckminster Fuller - arquiteto, engenheiro, cientista e sonhador - que a descreveu como "uma propriedade presente em objetos cujos componentes usam a tração e a compressão de forma combinada, o que proporciona estabilidade e resistência, assegurando sua integridade global”.
O conceito migrou também para as aplicações na Biologia e foi desenvolvido por Donald Ingber, médico e pesquisador.
Nesta nova abordagem temos que romper com o nosso conceito clássico da biomecânica baseada no modelo compressivo newtoniano e ir um pouco mais além...
Estruturas biológicas tais como músculos e ossos, estruturas elásticas ou rígidas se tornam fortes devido ao uníssono das partes tensionadas e comprimidas. O sistema músculo-esquelético é uma sinergia de músculos e ossos. Os músculos e os tecidos conectivos fornecem tração contínua e os ossos, compressão descontínua, fortalecendo-se mutuamente.
Daí a importância do exercício, ou seja, trabalho muscular na prevenção e tratamento da osteoporose por exemplo.
"Devido a propriedade elástica das interconexões, quando um elemento da estrutura "Tensegrity" é deslocado, esta mudança será transmitida por toda estrutura e todos os elementos serão ou terão uma tendência para serem deslocados, ou se adaptarão para uma nova configuração, cedendo a essas mudanças".
A tensegridade ou integridade tensional é uma propriedade da física que se aplica em materiais cujos componentes usam da tração e da compressão de forma a proporcionar- lhes estabilidade e resistência. Em linhas gerais esse conceito é descrito por uma relação entre forças contrárias, onde a tração é contínua e a compressão descontínua.
Um exemplo seria um balão cheio de ar onde as paredes do balão agem em tensão enquanto as moléculas de ar presentes dentro do balão agem comprimindo suas paredes, fato que garante a resistência do balão mesmo este sendo feito por um material fino, instável e fraco.
Então a Tensegridade nos ajuda a raciocinar em integralidade (globalidade), com todas as estruturas interconectadas.
Desta maneira fica mais evidente a compreensão do porque os tratamentos "localizados" acabam por ser menos eficazes. As análises mecânicas de resultantes de força abordam segmentos com suas alavancas e ângulos, não demonstrando o quão notável é a reação do TODO àquela ação. Isso conduz a um quadro incompleto da experiência do movimento humano.
Não queremos dizer que o trabalho localizado não tem aplicação... A musculação está ai para qualquer dúvida!
Contudo, enfrentamos um grave problema dentro das academias; O EXCESSO DE SEGMENTAÇÃO! Este provocado pelo uso abusivo de exercícios isolados e/ou, por muitos acreditarem que quanto mais exercícios fizerem para um determinado músculo/grupo muscular, melhores serão os resultados!
Com o tempo poderemos imaginar e/ou (pior!) constatar na prática o resultado negativo sobre a integridade estrutural artrotendinosa e tantas alterações posturais que observamos entre muitos dos adeptos da musculação absurdamente desequilibrada! E, infelizmente, muitas das vezes, "orientada" pelo professor instrutor.
A diferença é, entre o eficiente e o eficaz, o que vai fazer maior diferença no objetivo do seu cliente/aluno! E em que momento também é mais seguro aplicar o conceito da integralidade ou o conceito da segmentalidade (localizado). Cada momento terá sua aplicabilidade! Contudo... nem sempre os exercícios localizados serão os mais apropriados! E conhecer minimamente os conceitos da Tensegridade Corporal, poderá fazer uma enorme diferença!
Nos seres humanos, o conceito da tensegridade também pode ser aplicado quando correlacionamos a interação entre músculos e ossos onde os músculos atuam numa tração contínua e os ossos atuam numa compressão descontínua dando estabilidade estática e dinâmica às partes do corpo e ao próprio movimento.
Caso ocorra algum desequilíbrio entres as estruturas musculares e ósseas, é possível que não ocorra uma congruência articular adequada gerando assim sobrecarga em estruturas como tendões em ligamentos e, isso a curto ou a longo prazo, pode desenvolver algum tipo de lesão, gerada pelas alterações nos padrões posturais tanto estáticos quanto dinâmicos.
Para MAGEE (1977) e KENDALL (1995) uma boa postura é definida como sendo uma posição onde o mínimo de esforço é aplicado em cada articulação, ou seja, a atividade muscular necessária para manter o posicionamento é mínima, assim a integridade tensional da musculatura é muito importante, pois sendo os músculos estruturas que tracionam – se em sentidos opostos para manter um correto alinhamento postural e uma descarga de peso neutro nas articulações, qualquer tensão desigual pode causar alterações posturais e sobrecarga mecânica nas estruturas tendinosas, ligamentares e ósseas.
Entretanto, infelizmente, o nosso corpo está constantemente sujeito a alterações do padrão de normalidade de equilíbrio dentre os mais diversos segmentos corporais seja pelo sedentarismo ou pela prática física. Caso as forças que atuam sobre nosso corpo estejam desequilibradas, as ações musculares, articulares e seus respectivos movimentos apresentarão alterações em seus padrões.
Usando um exemplo como, em caso de dor, involuntariamente limita-se a amplitude de movimento e altera-se ainda mais o padrão de movimento como forma de acomodar a articulação ou tecido em sofrimento durante as Atividades da Vida Diária (AVD’s), bem como nos exercícios da musculação ou outra atividade física qualquer. Isto pode se tornar uma bola de neve levando a problemas em outras articulações devido à redução do controle neuromuscular por padrões precários de movimento. Tais padrões alterados induzem a movimentos imprecisos, gerando ações musculares compensatórias e daí surgem as SÍNDROMES DE DOMINÂNCIA, SÍNDROMES DE DESBALANCEAMENTO MUSCULAR, DIFERENÇAS ABSURDAS DE STIFFNESS (RIGIDEZ) E ROTAS MIOFASCIAIS COMPLETAMENTE ALTERADAS.
Consequentemente, isto aumenta a suscetibilidade direcional do movimento, que por sua vez, expõe as estruturas envolvidas a microtraumas e por superposição destes, às LESÕES. Estas podem demandar tempo; semanas, meses e às vezes, anos... Mas quando dão sinais, onde a dor é o primeiro e maior indicativo de que alguma coisa não vai bem, o processo já está instalado e sua recuperação será lenta e penosa, limitando não só a prática física bem como a movimentação normal do indivíduo. Algumas lesões podem chegar ao nível cirúrgico e outras, nem com isso se recuperarão!
Desta maneira os desequilíbrios musculoarticulares, ou padrões alterados, podem ocorrer por alterações dos padrões de:
1) DESEQUILÍBRIO DE FLEXIBILIDADE;
2) DESEQUILÍBRIOS DE FORÇA;
3) DESEQUILÍBRIOS DE ESTABILIDADE (sinergismos musculares incompetentes);
4) MOVIMENTOS REPETITIVOS;
5) POSTURAS ERRÔNEAS SUSTENTADAS.
Temos que perceber que o movimento humano é altamente complexo. Não é como, na física, uma análise puramente cartesiana e matemática da mecânica! Em nosso corpo, além de uma intrincada rede biomecânica (tecidos musculares, conjuntivos e ósseos), que transmite e absorve, converge e diverge tensões e pressões, há ainda um sistema inteligente (consciente e inconsciente) que a controla e organiza.
São inúmeros parâmetro para serem orquestrados a fim de produzir movimentos graciosos e harmônicos. Desde os mais simples aos mais complexos! E exatamente como numa orquestra, todos os elementos precisam estar afinados e em sintonia para produzir gestos organizados, coordenados ou ações eficientes com um mínimo esforço. É assim que as estruturas vivas trabalham... na economia! Menor desgaste, menor dispêndio de energia... Maior a durabilidade e melhor a resposta quando solicitado!
O treinamento adequado modifica justamente estes parâmetros... Treinamos forte por um período relativamente curto, mas intenso!, para preparar o corpo a suportar, através das suas adaptações ao estresse imposto, as cargas diárias mais frequentes, porém menos intensas, com maior facilidade e economia. Preservando e até aprimorando todas as estruturas e capacidades físicas envolvidas!
Porém é muito comum, inclusive por profissionais da área, visualizar nossos próprios corpos de uma forma estática ou pontual e não sistêmica - "os seus quadríceps estão aqui", “os bíceps são trabalhados nestes exercícios”, “estes são agônicos para isso e antagônicos para aquilo”, "esses músculos tem mesma origem, ou a mesma inserção”, “estes outros percorrem o mesmo segmento um ao lado do outro"... E assim por diante!
Mas estamos em constante movimento, ou deveríamos estar!, e nossos músculos e fáscias estão contraindo, relaxando, distendendo e comprimindo e deslizando e desta maneira se adaptando aos estresses impostos à medida que persistimos ou modificamos a forma de utilizar os nossos corpos. E para todo estímulo se tem uma resposta! E podemos aplicar estímulos adequados ou não! Neste sentido, o conhecimento profissional fará enorme diferença!
E este conceito da
TENSEGRIDADE CORPORAL é o grande diferencial!
Nos enganamos ao pensar que somente os músculos são responsáveis diretos em gerar tanta força tensional para nos manter
ESTÁVEIS. Na verdade, a maior parte dessa força é transmitida através das
FÁSCIAS MUSCULARES, tecido conjuntivo fibroso (formado basicamente por colágeno) que reveste todos nossos músculos. As Fáscias Musculares se conectam entre músculos adjacentes formando “linhas de forças” que chamamos de
ROTAS MIOFASCIAIS. Cada músculo em conexão com as suas fáscias (componente miofascial, unidade inseparável importante em nossa análise!) são responsáveis por determinadas linhas de força e de tensão (que chamamos de rotas miofaciais e/ou trilhos anatômicos – assunto vasto para outro post), e a maneira como nós nos movimentamos (com nossa postura dinâmica) ou assumimos posturas estáticas, em nosso dia-a-dia, podemos alterar severamente a forma de encurtar ou alongar (pelo posicionamento) algumas destas linhas. Comprometendo, mais ou menos, as interações das diferentes estruturas pelo corpo todo!
Quando conseguimos observar essa conexão miofascial conseguimos entender com mais clareza onde podem estar acontecendo os desequilíbrios e, através de uma seleção criteriosa de exercícios, volume e intensidade aplicados sobre os diferentes segmentos corporais, poderemos de uma maneira adequada recuperar a TENSEGRIDADE ideal.
E para compreender melhor temos que visualizar algumas destas Rotas Miofasciais:
a) A Linha Superficial Anterior (LSA), que traciona nosso corpo anteriormente de cima para baixo (sentido gravitacional).
b) A Linha Anterior Profunda (LAP), que gera a tensão interna profunda de baixo para cima e de cima para baixo criando o que chamamos de
“CORE VERDADEIRO”.
c) A Linha Superficial Posterior (LSP), que traciona nosso corpo posteriormente de baixo para cima (sentido antigravitacional).
Estas 3 Linhas quando perfeitamente equilibradas se consegue manter o padrão de estabilidade ideal postural, preservando as curvaturas anatômicas da coluna.
Interessante que não precisamos de nenhum equipamento altamente sofisticado para analisar o comportamento dessas linhas entre os mais comuns padrões posturais, basta CONHECIMENTO e um “OLHO” bem treinado do Profissional.
“OS OLHOS SÓ VEEM O QUE O CÉREBRO TREINADO CONHECE”! (Dra. Shirley Sahrmann)
Importante salientar também que outras linhas tem suas importâncias neste equilíbrio:
- Linha Funcional;
- Linha Espiral;
- Linha Lateral
Portanto, num modelo Ideal todas as superfícies e articulações deveriam estar livres para se moverem em sua totalidade e alcançar o movimento desejado com um mínimo de esforço... mas isto raramente acontece! E por quê?
Informação importante!...
O corpo está constantemente produzindo novas fibras de colágeno (Tecido conjuntivo denso é o que nos interessa para esta análise) - que adicionam rigidez (Stiffness) à nossa estrutura, deixando mais firme e forte! E isso acontece a todo o momento por toda a vida!
Para facilitar a compreensão... Lembrar que os corpos vivos trabalham sempre na economia! Então vamos pensar nisso como um processo de poupança de “energia adaptativa” do corpo. Se uma área do corpo não está a se mover muito, em vez de manter este músculo (mais gastador), associado a uma tensão constante desperdiçando energia, o corpo para poupar, acaba por enrijecer (deixar mais “forte”) esta estrutura através do colágeno/tecido conjuntivo (mais econômico), fazendo assim com que o músculo não tenha que trabalhar tão duro e desperdiçar uma importante cota de energia. Como resultado, teremos uma limitação de movimento, pois o colágeno/tecido conjuntivo mais espesso/denso é menos flexível!
"Mas como o corpo sabe onde adicionar colágeno para enrijecer uma estrutura não usada com o movimento?"
A resposta é que ele não "sabe" onde adicionar o colágeno... Ele apenas está constantemente (por toda a vida!) produzindo colágeno ao longo de todos os músculos e fáscias/tecidos conjuntivos.
Desta maneira, e de uma forma simplificada de explicar, nas regiões que usamos com movimentos constantes, os músculos estarão soltos e livres para se mover, mas as regiões que estão sendo utilizadas de forma estática, continuarão a enrijecer pelo desenvolvimento inadequado do tecido conjuntivo (aumentando o stiffness/rigidez nestas regiões!
Em outras palavras, nosso corpo não tem uma resposta intencional, mas naturalmente reforça os padrões do uso diário, ou seja, nossos hábitos. Portanto... Devemos tomar muito cuidado com nossos hábitos!
Exemplo: A posição alterada das estruturas dos componentes do quadril, por exemplo, pode levar a alteração no padrão de cadeias cinéticas inteiras, podendo ser a origem de dores que se expressarão no joelho, tornozelo, coluna e até no ombro. Da mesma maneira que um encurtamento severo do tríceps sural (posterior da Perna, gastrocnêmicos e solear) poderá desencadear, por um processo de tração de toda a linha (rota) miofacial da cadeia cinética posterior, uma compressão exagerada na região cervical (pescoço). Neste caso, não adiantará tratar o problema localizadamente, se não for à origem do problema, ou seja, na perna! Outra extremidade corporal!
Uma vez que nosso corpo é uma teia complexa de tensão único; alterando a tensão de uma estrutura localmente (ou seja, através de apenas um músculo ou dois), isso causará um impacto em cascata sobre toda a estrutura. Isso leva ao problema comum de que uma aderência em uma parte do corpo resulta em dor em uma articulação em outro lugar. Um outro exemplo seria ter uma lesão na panturrilha que se reforça, enrijecendo a rede local de tal modo que o isquiotibial/isquiossural também fica encurtado, que por sua vez alterará o posicionamento do osso ilíaco, que, ao fim, pode resultará em dor lombar! Estes são apenas alguns, de muitos exemplos e casos reais.
Desta maneira, compreender a Tensegridade, está por trás da linha de raciocínio da resolução de problemas complexos como a escoliose, espondilolistese, os problemas relacionados à instabilidade de estruturas e demais alterações posturais. E é um estudo também complexo! Mas não necessariamente complicado!
Manter um corpo com alterações estruturais em movimento, levando-o para próximo do seu ótimo em todas as suas capacidades, ou seja, de modo realmente funcional é o nosso grande desafio e nosso objetivo e, sem dúvida, compreender a Tensegridade nos ajuda a atingir nossa meta.
Portanto, o método de treinamento que você utiliza ou o seu professor... está perfeitamente adequado a todo este mecanismo? É importante perguntar!
Assim, se alongarmos (e pode ser através dos gestos motores!) e utilizarmos plena e satisfatoriamente nossos corpos iremos mantê-los adaptados para o movimento! Se você passar a maior parte de seu dia sentado em uma cadeira ou um carro, você deve pensar sobre a quanto estímulo e carga os músculos em suas costas e quadris estão sendo submetidos diariamente...
Isto é crítico se você ainda quiser estar dançando, correndo ou ter um mínimo de autonomia quando chegar aos 80 anos de idade! E tenho certeza que você quer isso! Se iremos viver muito, pois nossa expectativa de vida aumentou, que seja com saúde e qualidade de vida não é?
Mas o que fazer se o corpo já está com tecido cicatricial ou aderências (a partir dos músculos sub-utilizados) que o impedem de se mover livremente agora?
- Se a adesão for espessa o suficiente, muito provavelmente você já não será capaz de soltá-lo/liberá-lo apenas através de alongamentos e/ou movimentos.
Precisará ir primeiro a um Fisioterapeuta que se utilizará de técnicas manuais (como "massagens" específicas feita por profissional habilitado), e outras técnicas terapêuticas físicas como as abordagens em globalidade, o RPG - Reeducação Postural Global - por exemplo.
Só depois, um bom profissional de Educação Física, e conhecedor destes conceitos, poderá prescrever e orientar as atividades físicas/exercícios físicos adequados ao seus problemas, objetivos e necessidades.
E para estes casos, atividades/exercícios que proporcionam um correto posicionamento das estruturas ósseas durante a execução do movimento e que consideram o padrão motor importante fator para prescrição de exercícios, são destacados como sendo ideais, especialmente ao público sedentário, com hábitos posturais, comportamentais e pessoais extremamente inadequados; ainda aos praticantes de esporte de alto rendimento que desejam obter maior eficiência em seus gestos motores, com menor dispêndio de energia e até lesionados, pelo simples fato de garantir segurança durante os exercícios e o correto desempenho muscular, preservando assim as articulações e tudo que as constituem.
Importante ressaltar que qualquer modalidade de exercício pode-se atuar com esses objetivos, tais como: musculação, aulas de ginástica, atividades aquáticas e esportes em geral, desde que seja de conhecimento do profissional os conceitos básicos da didática, do treinamento, da cinesiologia, fisiologia, biomecânica/postura estática e dinâmica...
O método da Tensegridade Corporal destaca-se na aplicação do conceito da Integralidade, pois tem como princípio, para uma perfeita e segura execução controlada dos movimentos, o alinhamento natural total do corpo, possibilitando assim uma melhor atividade muscular dos músculos mais profundos que participam diretamente na estabilidade de todo o conjunto articular e muscular, tornando o movimento congruente e muito mais eficaz.
Correlacionando sempre a qualidade do movimento na intensidade ao invés da quantidade, e equilibrando as capacidades físicas que prioritariamente são desenvolvidas em cada sessão, busca-se equilibrar as forças aplicadas no corpo e assim proporcionar uma maior fluidez nos gestos corporais. Afinal... Qualidade, Equilíbrio e Segurança são Fundamentais!
Neste método, da Tensegridade, observamos que é necessário que as estruturas musculares, ligamentares, tendinosas e neurais atuem de forma combinada durante o movimento, garantindo que ocorra a correta tração dos músculos e a compressão dos ossos. Para que isso ocorra, é necessário reeducar o movimento, corrigindo o padrão motor ou a postura incorreta e buscar uma melhor conexão entre o sistema nervoso central e os músculos. Por isso mesmo, diferentemente de outros métodos, aqui é muito importante e fundamental para todo o processo, que, em cada unidade de aula/aprendizado, o foco principal é o gesto motor, a postura (estática e dinâmica), a concentração e os padrões naturais dos movimentos.
Neste processo também, seguindo o princípio da Tensegridade, não poderia deixar de se dar uma atenção especial ao conceito da concentração e neurolinguística (trataremos com mais profundidade em post futuro sobre bioenergética).
A concentração é um princípio fundamental estar sempre presente para a execução correta dos exercícios, pois é a mente que esculpe o corpo. Sendo assim, o aprendizado do movimento com a mentalização dos seus resultados e o direcionamento da máxima atenção para a execução perfeita durante a aula é de suma importância e característica fundamental neste método.
Alguns chamam isso de contrologia ou a "Arte de controle e equilíbrio mente-corpo.” A Contrologia é o equilíbrio, o controle do corpo e da mente, através do qual podemos despender o mínimo de energia e, assim, garantir uma boa saúde e desenvolvimento natural com os melhores resultados. Ela desenvolve um corpo uniforme, corrige posturas erradas, restaura a vitalidade física, vigora a mente e eleva o espírito.
Isso é tudo o que queremos neste método.... O desenvolvimento de um corpo uniforme, com uma postura correta, com uma grande vitalidade, uma mente vigorosa e um espírito elevado, considerando então o corpo como unidade funcional, onde cada parte deve atuar de forma clara e precisa evitando qualquer compensação, para que o todo seja alcançado.
O método da TENSEGRIDADE CORPORAL, quando corretamente aplicado é capaz de tornar os movimentos mais seguros e precisos dando base para qualquer situação, seja ela no dia a dia, em alguma modalidade de exercício ou até mesmo no esporte, tornando cada prática ainda mais saudável.
Além de um repertório rico de exercícios, estes conceitos podem e devem ser transferidos para a vida de cada um, possibilitando assim maiores resultados.
Afinal... não interessa o que você faz e, sim, como faz!
ORIENTE-SE COM O SEU PROFESSOR DE EDUCAÇÃO FÍSICA!
EXCELENTES ATIVIDADES FÍSICAS E ATÉ A PRÓXIMA!
CONTINUE LENDO... MAIS INFORMAÇÕES ABAIXO!
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