|
Recomendações de atividade física
|
Durante o tratamento do câncer
|
Pós-tratamento do câncer
|
Considerações especiais
|
Atividade física para saúde
|
30min, 5 ou mais dias por semana
|
Permanecer o mais ativo possível durante o tratamento
|
Aumentar o volume de exercício através de repetidas sessões de 10 min de exercício
|
A doença pode diminuir a habilidade de caminhar e pode ser necessário praticar outras formas de exercício
|
Exercício para melhorar a capacidade aeróbia
|
Exercício de intensidade moderada (40-60% da FC de reserva) 20-45min, 3-5 dias/semana
|
Limitação por sintomas: modificar a carga de trabalho para ajustar aos dias de menor disposição. Considerar a fragmentação da sessão de treino para aqueles que incapazes de fazer exercício contínuo
|
Diminuir a progressão e aumentar o tempo de tratamento para idosos, sedentários ou sobreviventes mais descondicionados
|
Monitorar qualquer efeito colateral agudo ou crônico do tratamento
|
Exercício para melhorar força e endurance muscular
|
8-10 exercícios para os grandes grupos musculares, 10-15rep, 1-3 séries, 2-3dias por semana
|
Limitação por sintomas: podem ter dificuldade de manter o volume/progressão durante os estágios do tratamento. Considerar a adição de treinamento funcional
|
Podem precisar iniciar com exercício resistido de baixa intensidade (ex: 30% de 1RM) e progredir para a prescrição padrão (60-70% de 1RM)
|
Evitar a exaustão: monitorar sintomas de dor, fadiga, dor muscular tardia; reduzir/ajustar as cargas de trabalho se os sintomas piorarem com o exercício
|
Exercício para melhorar a flexibilidade
|
2-4 vezes para cada grande grupo muscular, cada vez por 10-30seg, 3-4 dias por semana
|
Pode ser necessário para prevenir déficits específicos de movimento ou constrição tecidual causada pelo tratamento
|
Podem necessitar aumentar a freqüência dos treinos para 5-7 dias por semana para melhorar a rigidez tecidual decorrente de cirurgia ou radioterapia
|
Evitar exercício de alongamento em regiões com reações agudas a terapia com radiação (ex: queimaduras graves/bolhas) na região.
|
Tabela – Considerações sobre prescrição de exercício para pacientes com câncer e sobreviventes de câncer. Adaptado de ACSM
Após o tratamento, a recomendação de continuidade na prática de atividade física é de grande importância, estando relacionada com melhora na qualidade de vida bem como na prevenção de reincidências.
CONCLUSÕES
A literatura corrente fornece evidências convincentes de que a atividade física pode prevenir o surgimento de diversos tipos de câncer, e também demonstra que, além de seguro e praticável, o exercício crônico melhorara o bem estar físico e a qualidade de vida, sendo importante fator adjuvante no tratamento do portador de câncer. A cura de indivíduos portadores de câncer, bem como sua sobrevida e qualidade de vida esta na dependência de uma interação complexa de diversos fatores. Assim, os efeitos de um programa de exercício durante a terapia do cancer devem ser balanceados com os riscos potenciais de se manter inativo, o que também acarreta riscos de curto e longo prazo a saúde, como redução na capacidade cardiorespiratória, redução na massa ossea, atrofia muscular, alterações no metabolismo da glicose, na sensibilidade a insulina, função digestiva e função imune. Levando-se ainda em consideração a crescente população de sobreviventes do cancer, existe a necessidade de se estabelecer a medida na qual a atividade física é apropriada durante e após o tratamento.
De fato, encorajar pacientes a manterem níveis balanceados de atividade física, com períodos eficientes de recuparação, é mais apropriado que a recomendação clássica de grande volume de repouso.
Tenha uma alimentação saudável e pratique atividade física.
REFERÊNCIAS:
Yu H, Rohan T. Role of the insulin-like growth factor family in cancer development and progression. J Natl Cancer Inst. 2000 Sep 20;92(18):1472-89.
Dorgan JF, Longcope C, Stephenson HE Jr, Falk RT, Miller R, Franz C, Kahle L, Campbell WS, Tangrea JA, Schatzkin A. Relation of prediagnostic serum estrogen and androgen levels to breast cancer risk. Cancer Epidemiol Biomarkers Prev. 1996 Jul;5(7):533-9.
Toniolo, P. G. Endogenous estrogens and breast cancer risk: the case for prospective cohort studies. Environ. Health Perspect. (1997) 105(suppl. 3):587–592.
Cauley JA, Lucas FL, Kuller LH, Vogt MT, Browner WS, Cummings SR. Bone mineral density and risk of breast cancer in older women: the study of osteoporotic fractures. Study of Osteoporotic Fractures Research Group. JAMA. 1996 Nov 6;276(17):1404-8.
Gann PH, Hennekens CH, Ma J, Longcope C, Stampfer MJ. Prospective study of sex hormone levels and risk of prostate cancer. J Natl Cancer Inst. 1996 Aug 21;88(16):1118-26.
McCarty MF. Up-regulation of IGF binding protein-1 as an anticarcinogenic strategy: relevance to caloric restriction, exercise, and insulin sensitivity. Med Hypotheses. 1997 Apr;48(4):297-308.
Trayhurn P, Stuart I W Adipokines: inflammation and the pleiotropic role of hide adipose tissue. British Journal of Nutrition (2004), 92, 347–355.
Tilg H, Moschen AR. Adipocytokines: mediators linking adipose tissue, inflammation and immunity. Nat Rev Immunol. 2006 Oct;6(10):772-83. Epub 2006 Sep 22.
Surmacz E. Obesity hormone leptin: a new target in breast cancer? Breast Cancer Res. 2007;9(1):301.
Petersen AM, Pedersen BK. The anti-inflammatory effect of exercise. J Appl Physiol. 2005 Apr;98(4):1154-62.
Correa P, Bacterial Infections as a Cause of Cancer - Journal of the National Cancer Institute, 2003. 95, 6 ,
Rakoff-Nahoum S. Why cancer and inflammation? Yale J Biol Med. 2006 Dec;79(3-4):123-30.
Hauret KG, Bostick RM, Matthews CE, Hussey JR, Fina MF, Geisinger KR, Roufail WM. Physical activity and reduced risk of incident sporadic colorectal adenomas: observational support for mechanisms involving energy balance and inflammation modulation. Am J Epidemiol. 2004 May 15;159(10):983-92.
Colditz GA, Cannuscio CC, Frazier AL. Physical activity and reduced risk of colon cancer: implications for prevention. Cancer Causes Control. 1997 Jul;8(4):649-67.
de Lima C, Alves LE, Iagher F, Machado AF, Bonatto SJ, Kuczera D, de Souza CF, Pequito DC, Muritiba AL, Nunes EA, Fernandes LC. Anaerobic exercise reduces tumor growth, cancer cachexia and increases macrophage and lymphocyte response in Walker 256 tumor-bearing rats. Eur J Appl Physiol. 2008 Dec;104(6):957-64
Holmes MD, Chen WY, Feskanich D, Kroenke CH, Colditz GA. Physical activity and survival after breast cancer diagnosis. JAMA. 2005 May 25;293(20):2479-86.
Pierce, J. P. et al. Greater survival after breast câncer in physically active women with high vegetable-fruit intake regardless of obesity. J. Clin. Oncol. 2007. 25, 2345–2351
Nieman D. Cancer. in Meyers J, Nieman D. ACSM”s Resources for clinical exercise physiology. Musculoskeletal, neuromuscular, neoplastic, immunologic, and hematologic conditions. Wolters Kluwer. 2009
Galvão DA, Newton RU, Review of exercise intervention studies in cancer patients. J Clin Oncol 2005, 23(4):899–909.
Jones LW, Peddle CJ, Eves ND. Effects of presurgical exercise training on cardiorespiratory fitness among patients undergoing thoracic surgery for malignant lung lesions. Cancer 2007; 110(3):590-8
Mock V, Burke MB, Sheehan P. A nursing rehabilitation program for woman with breast câncer receiving adjuvant chemotherapy. Oncol Nurs Forum 1994; 21(5):889-907
Dimeo FC, Stieglitz RD, Novelli-Fischer U, Fetscher S, Keul J. Effects of physical activity on the fatigue and psychologic status of cancer patients during chemotherapy. Cancer. 1999 May 15;85(10):2273-7
Thune, I. & Furberg, A. S. Physical activity and câncer risk: dose–response and cancer, all sites and sitespecific. Med. Sci. Sports Exerc. 2001 33, S530–S550
Parabéns por todo esse trabalho de revisão e por sua escrita. As informações sobre exercício e câncer são de excelente qualidade!
ResponderExcluir