MISSÃO:

Profissional especializado em Atividade Física, Saúde e Qualidade de Vida. Sérgio Nunes e sua empresa QualiFis, pretendem desenvolver junto aos seus alunos e clientes a ideia da verdadeira Saúde, que obviamente não é apenas a ausência de doença, mas também o Encantamento com a Vida, dotando-os de um entendimento adequado de se Priorizar, de compreender que vale a pena Investir no seu Potencial de Ser, através do investimento na melhoria da Qualidade de Vida, aprimorando a saúde e usando como meio, a Atividade Física, em suas mais diferentes possibilidades.

“As informações, dicas e sugestões contidas nesse blog têm caráter meramente informativo, e não substituem o aconselhamento individual e o acompanhamento de médicos, nutricionistas, psicólogos e profissionais de educação física.”

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terça-feira, 12 de julho de 2016

SÍNDROME VASOVAGAL



Principal causadora de desmaios, a Síndrome Vasovagal  

requer cuidados comportamentais 




ATENÇÃO: As informações contidas neste artigo têm caráter meramente informativo, e não substituem o aconselhamento e acompanhamento individual pelo profissionais competentes! Faça a coisa CERTA!!


Síndrome vasovagal:  perda de consciência com sintomas prodrómicos (que antecedem a perda de consciência), podendo apresentar: palidez, tontura, fraqueza, sudorese aumentada, visão turva e mais raramente, convulsões.causa queda de pressão e batimentos cardíacos.


Problema acontece quando o coração desacelera os batimentos rapidamente.

Veja aqui algumas informações para conhecer melhor  o problema e, se necessário, quando precisar procurar um médico...

Até 70% das pessoas já desmaiaram ou vão desmaiar pelo menos uma vez na vida. Se isso ocorrer mais de duas vezes em seis meses, é sinal de alerta. Cerca de 70% dos pacientes que procuram serviços de saúde em decorrência de desmaios têm a síndrome vasovagal.
Esse problema no sistema circulatório também causa outros sintomas, muitas vezes confundidos com epilepsia, labirintite, hipoglicemia e até doença do pânico. Pode acontecer numa queda brusca de pressão, num momento de fortes emoções – como casamentos e enterros – ou ao ficar muito tempo em pé em filas e shows.
Além da perda de consciência, a pessoa sente tontura, mal-estar, calor, enjoo, palpitação, suor frio, palidez, pressão baixa, pulsação lenta e escurecimento da visão. 
Outros indivíduos têm isso ao doar sangue, sentir muito calor, fazer exercícios que exigem grande esforço, ficar desidratados ou sem comer, ou ainda ao passar por exames, tratamentos e pequenas cirurgias. 
De acordo com os cardiologistas, o desmaio é uma defesa do organismo, que, assim como um gerador sobrecarregado, desliga-se repentinamente. Todas as pessoas em situação de extremo estresse físico ou emocional podem desmaiar, mas isso não significa que elas tenham a síndrome vasovagal, que é um conjunto de sinais, enquanto a síncope é apenas o desmaio. 
Geralmente, quem tem a doença desmaia repetitivamente, em situações habituais do dia a dia. Quando o corpo cai no chão, o sangue se redistribui naturalmente e a consciência é recuperada. 
Isso ocorre de forma semelhante a uma garrafa de água quase cheia. Quando o recipiente está deitado, o líquido se espalha facilmente. Mas, quando fica em pé, a água desce para o fundo, por causa da gravidade. 
Ao levantarmos, essa força desloca cerca de 30% do volume de sangue para os membros inferiores. Nessa situação, o corpo precisa da ação do sistema nervoso autônomo para bombear o sangue de volta para o cérebro. No caso de quem é diagnosticado com a síndrome vasovagal, a contração dos vasos sanguíneos, que é fundamental para esse bombeamento, não é eficiente. 
A quantidade de sangue diminui nas carótidas e no coração. As artérias do peito e do pescoço têm sensores que detectam se a pressão está maior ou menor. Quando os vasos estão vazios, os sensores automaticamente mandam um estímulo para o cérebro. Com a adrenalina, o coração bate mais rápido, a circulação aumenta e aparecem os sintomas.

Exemplificando: Alguma vez quando você levantou rápido da cama e sentiu tontura, fraqueza, reparou que a visão ficou escura e teve certeza de que ia desmaiar? Teve de sentar, esperar melhorar e depois levantou de novo como se nada tivesse acontecido? Isso acontece porque o corpo não estava preparado para manter sua pressão arterial alta o suficiente a ponto de seu cérebro receber todo o oxigênio que precisa.

Quando você se senta ou espera um pouco parado, seu corpo fez com que os vasos sanguíneos contraíssem discretamente e aumentou a frequência de batimentos do seu coração, aumentando o fluxo sanguíneo e compensando assim uma falta de sangue relativa - como resultado, você se sente bem.
Há também aqueles que sentem essa tontura em situações que o sistema nervoso autônomo sofre extremo estresse. Esse sistema é uma área do cérebro responsável por regular da pressão, a frequência cardíaca, a contração dos vasos...

Enfim, tudo que o cérebro faz para o corpo funcionar sem você notar . Agora imagine que você ficou de pé numa fila por cinco horas, parado, suando no calor do centro da cidade, e umas onze da manhã você se lembra de que esqueceu o café da manhã. Todo o seu sangue foi para as pernas, que não se mexem e vão acumulando esse líquido. Desidratado, seu coração tenta compensar a falta de liquido com aumento da frequência e contração dos vasos, até que ele começa a bater em uma frequência maior do que a do que a quantidade de sangue que chega. Nesse momento, seu coração nota que está batendo "a seco". Ele então desacelera e relaxa o tônus desses vasos sanguíneos pra deixar o sangue chegar em maior quantidade, bem na hora que você precisava desse coração batendo para manter sua pressão alta e continuar em pé. Como consequência, você desmaia.

A síndrome vasovagal é o resultado de um reflexo exagerado do corpo, feito para preservar o fluxo de sangue em caso de hemorragia ou desidratação, que em última analise leva ao efeito oposto
Isso é a descrição do que acontece com várias pessoas no mundo, e é a principal causa de desmaios em qualquer faixa etária, principalmente nos jovens. A síndrome vasovagal, também chamada de síndrome neurocardiogênica, é o resultado de um reflexo exagerado do corpo, feito para preservar o fluxo de sangue em caso de hemorragia ou desidratação, que em última analise leva exatamente ao efeito oposto: baixo fluxo cerebral, tonturas, hipotensão, desmaios (síncope) ou quase desmaios (pré-síncope ou lipotimia).
Sistema nervoso autônomo e nervo vago -
O sistema nervoso autônomo controla o funcionamento automático do corpo, como respiração, batimentos cardíacos, temperatura e digestão. É dividido em simpático e parassimpático, que são opostos e trabalham em conjunto para equilibrar as necessidades do organismo. Por exemplo: um acelera os batimentos cardíacos, enquanto o outro desacelera; um dilata os vasos, e o outro contrai.
Dentro desse sistema, há o nervo vago, que inerva o coração, esôfago, estômago, intestino, bexiga, pulmões, vasos sanguíneos, pupilas, glândulas sudoríparas e salivares. Suas células se comunicam também com o sistema nervoso central, por isso emoções intensas podem provocar síncopes vasovagais.
Em pessoas que não têm a síndrome, o aumento da pressão sanguínea e dos batimentos cardíacos são compensados naturalmente. Já quem tem a doença não consegue fazer isso.
Nesse caso, os vasos sanguíneos apresentam um defeito na contração, e o fluxo de sangue e a oxigenação do cérebro não atingem níveis satisfatórios. Subitamente, a frequência cardíaca e da pressão caem, e a pessoa desmaia.
Um teste para saber se você tem o problema é oferecido no Sistema Único de Saúde (SUS). Informe-se! 

Como eu sei se tenho a síndrome?
O que pessoas comuns só apresentam em situações de extremo estresse, pessoas com síndrome vasovagal (SVV) apresentam em situações cotidianas, como após refeições, ao ver sangue, na fila do banco ou cozinhando. Os desmaios são menos frequentes do que as sensações de quase desmaio, tonturas ou mal estar - que acontecem o tempo inteiro.
Pessoas com desmaios de inicio recente ou que mudaram as características (se tornaram mais precoces, sem causa aparente, mais frequentes ou com trauma) devem se submeter a exame médico, eletrocardiograma e a critério do medico que os examinou, holter 24 horas e ecocardiograma. Quando todos estes exames são normais, o risco de doença cardíaca grave é mínimo, desprezível, igual ao de quem não sente nada. O teste de inclinação (tilt test) pode ajudar no diagnostico de casos que fogem do comum. O exame deixa a pessoa de pé por 40 minutos e mede a pressão arterial e a frequência cardíaca continuamente para ver como se comportam.
Isso tem cura?
O tratamento principal é aumentar muito a ingesta de líquidos, principalmente água, evitar desidratantes (como álcool ou diuréticos), fazer exercícios com as pernas (para fortalecer a musculatura e evitar represar sangue ali) e reconhecer os sintomas que geralmente acontecem antes do desmaio. 

Assim, se começou a sentir algo estranho, o ideal é se deitar com as pernas elevadas apoiadas em alguma coisa, e espere passar. Depois, vá até a geladeira mais próxima e beba uns dois copos de água. Com achegada do verão, esses eventos são mais comuns, logo, beba muitos líquidos pra prevenir a desidratação. Manobras de contrapressão (como fechar as mãos com forca e agachar) podem aumentar a pressão e abortar o reflexo. Raramente é necessário uso de medicações.
Pessoas que tomam várias medicações, especialmente em idosos, podem ter beneficio com reajuste ou troca dos remédios que toma. Nesses casos a queda da pressão é gradual, e dependente do tempo que a pessoa fica de pé. A síndrome do vasovagal é um problema benigno, e para evitar sintomas indesejáveis é bom que essas medidas sejam feitas sempre!

Dicas...
- Se você tem a síndrome vasovagal, quando doar ou retirar sangue faça deitado. Faça movimentos com as mãos, abrindo e fechando os dedos. Isso melhora o bombeamento e a circulação, e evita o desmaio.
- Evite ficar em pé por um tempo prolongado, principalmente em ambientes quentes e fechados. Movimente-se, principalmente as pernas e panturrilhas.
- Se perceber que vai desmaiar, deite-se ou aproxime-se do chão para não se machucar na queda. Se não for possível deitar, sente-se, abaixe o tronco e contraia as mãos e os braços. Não lute contra o desmaio.
- Caso uma pessoa ao seu lado desmaie, não a levante, pois o corpo dela vai demorar mais tempo para se recuperar. Deixe-a deitada e com os pés elevados, até que se restabeleça. Se a vítima tiver náuseas, mantenha o corpo levemente inclinado para o lado, para evitar aspiração de vômito.
- Beba bastante líquido, pelo menos 2 litros por dia. Estudos mostram que a ingestão de 500 ml de água é capaz de aumentar a pressão arterial e prolongar a capacidade de ficar em pé por um longo período.
- Se você não tem pressão alta nem insuficiência cardíaca, coloque mais sal na comida. Pesquisas revelam que o sal melhora a tolerância em pé porque aumenta o volume sanguíneo total e ajuda na contração dos vasos sanguíneos, inclusive no cérebro.
Exercício específico - 

O treinamento postural ou "tilt training" é indicado para pacientes com síndrome vasovagal. É simples: O paciente deve ficar em pé e apoiar as costas numa parede por 30 minutos ou pelo tempo máximo tolerado. Essa posição deve ser repetida diariamente, e o ambiente não pode conter objetos cortantes ou pontiagudos, para que não haja risco em caso de queda.
O tempo de tolerância postural aumenta progressivamente com a repetição do treinamento, pois a exposição frequente à postura ereta promove uma espécie de condicionamento dos reflexos que controlam a pressão arterial.
ATIVIDADE FÍSICA... FAÇA A COISA CERTA! 

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segunda-feira, 11 de julho de 2016

TREINANDO NA TEIA NEUROMIOFASCIAL - (Parte 2)

Por Thomas Myers
ADVERTÊNCIA: Só para quem gosta de ler ² Rsrsrsrsrsrs...


Treinando a Teia Neuromiofascial -
Se a fáscia é um singular espaço de organização ajustável (regulando a tensegridade, ou seja, as forças de tensão e compressão que atuam no corpo) que atravessa o corpo todo e regula, localmente e globalmente, a biomecânica de tensão e compressão, podemos nos perguntar:
Como treinamos este sistema, em conjunção com o trabalho dos músculos e o controle neural, para prevenir e reparar lesões e construir resiliência no sistema?
A resposta à esta questão ainda está se desenvolvendo, rapidamente, nos laboratórios e nos espaços de treinamento. Algumas pesquisas estão confirmando imagens e práticas, como elas se desenvolveram e são tradicionalmente aplicadas. Aqui nos focamos em um pequeno conjunto de achados que irão (ou logo irão) mudar nossas ideias a respeito de como a rede neuromiofascial realmente trabalha e qual o papel do tecido conectivo no desenvolvimento do condicionamento físico para a vida.
Achado #1: Treinamento específico pode aumentar a elasticidade fascial, essencial para a resiliência sistêmica.
A elasticidade fascial não era reconhecida para estudos aprofundados até recentemente, e os mecanismos envolvidos ainda estão sendo analisados (Chino et al. 2008). Apesar disso, aplicações ao treinamento já são evidentes. A notícia básica é que os tecidos conectivos – mesmo tecidos densos como tendões e aponeuroses – são muito mais significativamente elásticos do que se pensava anteriormente. A segunda parte essencial desta notícia é que a elasticidade fascial é armazenada e retorna rapidamente. Em outras palavras é muito mais como uma superbola do que uma medicinebol feita de areia (Superbola, são aquelas bolas que quicam MUITO, encontradas em tudo quanto é camelô por aí. Enquanto que uma medicinebol recheada com areia quica muito pouco).
Portanto, elasticidade fascial é um fator a ser considerado somente quando o papel é cíclico e repetido rapidamente, como na corrida, caminhada ou uma série de saltos -bouncing- (Bouncing, em inglês, cuja tradução livre aproximada seria “quicar”. Uma série de saltos com o mínimo tempo de contato com o solo possível), mas não numa pedalada, em que o ciclo repetitivo é muito lento para tirar vantagem destas propriedades elásticas.
Estudos de medidas do alongamento da panturrilha durante a corrida têm mostrado que muito do comprimento requerido para dorsiflexão está vindo de um alongamento estático da fáscia, enquanto o músculo está contraindo isometricamente (Kubo et al. 2006). Isto contradiz nosso prévio entendimento de que o tendão não era elástico e que os músculos é que estavam alongando e encurtando durante esses movimentos cíclicos, antes e após o pé tocar o solo.
Os corredores que treinam esse componente e empregam mais desta elasticidade estarão usando menos potência muscular (leia-se menos glicose = menor gasto de energia) durante suas corridas, já que eles estão armazenando energia no alongamento e em seguida liberando esta energia. IMPORTANTE: Portanto, eles serão capazes de correr por mais tempo com menos fadiga.
Construir esta elasticidade é questão de colocar uma demanda nos tecidos para desempenharem desta forma. Fazer isto lentamente (comparado com o treinamento muscular) é um atributo definitivo do treino da fáscia (pode levar de 6-24 meses para construir elasticidade fascial).
1) O que está dentro:
a) Saltos (quicando... Bouncing em inglês): Quando se aterrissa na parte anterior do pé, desaceleramos e aceleramos de modo que não somente fazemos uso da elasticidade, mas também a construímos, nos tendões e na rede fascial inteira.
b) O melhor efeito de treinamento parece seguir o princípio do prazer: sentir aquele senso de elegância, uma ressonância ideal com mínimo esforço e máxima facilidade.
Contramovimento preparatório: Se preparar para o movimento ao fazer um contramovimento.
Por exemplo: Flexionar antes de estender para ficar em pé, mover o kettllebell para trás antes de impulsioná-lo para frente e para cima (em um kettlebell swing). São maneiras de se fazer o máximo uso do poder da elasticidade fascial para ajudar a tornar o movimento fluido e eficiente.
2) O que está fora:
a) Movimentos e mudanças bruscas de direção: Imagine pular corda e aterrissar somente sobre os calcanhares. O estresse em todos os sistemas seria enorme e você não iria construir elasticidade no seu sistema fascial.
b) Grande demanda muscular na arrancada dos movimentos: Usar o recuo elástico fascial diminui a demanda por um enorme esforço muscular durante o início dos movimentos, tornando-os mais confortáveis, menos árduos e com menor consumo energético.

Achado #2: O sistema fascial responde melhor à variação do que a um programa repetitivo.
A evidencia sugere que o sistema é melhor treinado por uma larga variedade de vetores – em ângulo, tempo e carga (Huijing 2007). Isolar músculos sobre um eixo (Ex.: Em uma máquina de musculação) pode ser útil para estes músculos, mas não para todos os tecidos ao redor. Colocar sobrecarga no tecido sempre da mesma maneira significa que ele estará despreparado quando a vida, que raramente é repetitiva, impuser uma sobrecarga a qual ele não está preparado.
1) O que está dentro:
a) Movimentos globais: Engajar longas cadeias miofasciais e movimentos com o corpo todo é a melhor maneira de treinar o sistema fascial.
Iniciação Proximal: É melhor iniciar movimentos com um pré-alongamento dinâmico (extensão distal), mas acompanhado de uma iniciação proximal na direção desejada, deixando as partes mais distais do corpo seguir em sequência. Como um pêndulo elástico (Em resumo, como o movimento do swing com kettlebell).
Movimento Adaptativo: Movimentos complexos requerem adaptação, como o parkour e são superiores à programas repetitivos de exercício.
2) O que está fora:
a) Movimentos repetitivos: Máquinas que fazem com que os clientes trabalhem sempre na mesma orientação espacial não constroem muito bem a resiliência da fáscia.
b) Treinar sempre com cargas de nível superior: Cargas variáveis constroem diferentes aspectos da fáscia. Usar sempre cargas perto do limite irá fortalecer alguns ligamentos, mas enfraquecer outros. A variação de cargas é a melhor maneira.
c) Sempre treinar com o mesmo Tempo: Da mesma forma, variar o tempo permite construir resiliência e força em diferentes estruturas fasciais.
(“Tempo” nesse caso, pode ser entendido como cadência do exercício, geralmente vem expresso em 3 números. Ex: Tempo – 2-0-1. O primeiro número é a fase excêntrica, o segundo a isométrica e o terceiro a fase concêntrica. No exemplo de 2-0-1: 2 segundos -excêntrica- /0 segundos -isométrica- /1 segundo -concêntrica).

Achado #3: O sistema fascial é muito mais inervado que o muscular, então propriocepção e cinestesia são primariamente fasciais, não musculares.
Este é um conceito difícil para muitos profissionais do fitness aceitarem, mas é um fato: Existem 10 vezes mais receptores sensoriais nos tecidos fasciais do que nos músculos (Stillwell, 1957). Os músculos têm fusos que medem a mudança no seu comprimento (e com o tempo, a taxa de mudança do comprimento). Até estes fusos podem ser vistos como receptores da fáscia, mas sejamos gentis e os deixemos para os músculos (Van der Wal, 2009). Para cada fuso, existem cerca de 10 receptores na fáscia ao redor – na superfície do epimísio, no tendão e fáscia associada, nos ligamentos próximos e nas camadas superficiais. Estes receptores incluem, o Órgão Tendinoso de Golgi que mede a tensão (através do alongamento das fibras), Terminações de Pacini que medem pressão, Terminações de Ruffini que informam ao sistema nervoso central a respeito das forças de cisalhamento nos tecidos moles e as pequenas e onipresentes Terminações Nervosas Intersticiais que podem reportar todas essas sensações e, aparentemente, dor (Stecco et al. 2009; Taguchi et al. 2009).
Então, quando você diz que está sentindo seus músculos moverem, é um pouco inadequado. Você está “escutando” os tecidos fasciais muito mais do que os músculos. Aqui estão 3 achados interessantes que vão junto com esta revelação básica:

  • Ligamentos são principalmente arranjados em série com os músculos, não em paralelo (Van de Wal, 2009). Isso significa que quando se coloca tensão em um músculo, os ligamentos são automaticamente tensionados para estabilizar a articulação, não importando qual sua posição. Nossa ideia de que os ligamentos não funcionam até que a articulação esteja em completa extensão ou torção está fora de moda. Ex: Os ligamentos funcionam em toda a amplitude de uma rosca bíceps, não apenas na amplitude final do exercício.
  • Terminações nervosas se organizam sozinhas de acordo com as forças que são comumente aplicadas em determinado local de um determinado indivíduo, não de acordo com um plano genético, e definitivamente não de acordo com uma divisão anatômica que chamamos de músculo. Não existe uma representação do músculo “deltoide” dentro do cérebro. Esse é apenas um conceito dentro do córtex cerebral, não em sua organização biológica.
  • Aparentemente, sensores na pele ou próximos dela são mais ativos em detectar e regular movimento do que os receptores nos ligamentos articulares (Yahia, Pigeon & DesRosiers 1993).
1) O que está dentro:
a) Estímulos na pele e no tecido superficial para estimular a propriocepção: Friccionar ou mover a pele e os tecidos superficiais é importante para melhorar a propriocepção fascial. Alguns levantadores de peso olímpico estão tendo bons resultados esfregando-se com uma escova vegetal antes de competições.
b) Direcionar clientes a sentirem seus tecidos fasciais: Tirar a atenção, sua e de seus clientes, dos músculos e colocá-la nos tecidos ao redor pode ajudar a prevenir lesões e tornar a percepção sinestésica mais precisa. Sentir a atividade corporal em conjunto com um alto nível de acuidade cinestésica (Pense no gato) pode ajudar a prevenir lesões de maneira mais efetiva do que ser durão.

2) O que está fora:
a) Orientação muscular isolada: Exercitar um único músculo ou grupo muscular é quase impossível. Cada exercício está estimulando múltiplos nervos, envolvendo múltiplos músculos e empregando tecidos fasciais ao redor do local do esforço.
b) Ênfase em receptores articulares: Dado que ligamentos frequentemente são tensionados pelos músculos, a ênfase em receptores articulares, embora importante, precisa ser substituída por uma atenção mais geral, a partir da pele.

A discussão têm se focado nos fatores biomecânicos, omitindo fatores de humor ou nutricionais, assim como as diferentes constituições da fáscia, que recentemente têm sido estudadas. Um entendimento mais profundo do papel da fáscia no treinamento, muda sua perspectiva, seu trabalho, suas palavras e seu efeito. Fáscia não é apenas um embrulho.

Isolamento Muscular x Integração da Fáscia
A maioria dos profissionais do fitness têm estudado a função muscular isolada. Essencialmente, a anatomia cinesiológica ocidental pergunta: Qual seria a ação muscular do bíceps braquial se este fosse o único músculo do esqueleto?
Por si só, o bíceps é um supinador da radioulnar, flexor do cotovelo e faz algum tipo de flexão diagonal fraca do ombro. Quando temos isto decorado, pensamos que sabemos tudo que faz o bíceps. Bem, esta é apenas uma forma de vermos a questão. Porém, não nos esqueçamos que o bíceps não trabalha de forma isolada. Isolar músculos para estudar sua função é o verdadeiro oposto de integração. Qual a diferença prática?
Estudar apenas o músculo deixa de fora 4 fatores essenciais da fáscia na função muscular diária:
1. O Efeito dos (e nos) Músculos Vizinhos, Mediais e Laterais:
O bíceps tem conexões fasciais de transmissão de força com o coracobraquial, o braquial, o supinador e até mesmo através do septo intermuscular do tríceps. Estas conexões fasciais afetam o funcionamento do bíceps e do braço (Huijing, 2007).
2. O Efeito dos (e nos) Músculos que estão Conectados Proximal e Distalmente.O bíceps tem conexões distalmente com a membrana interóssea e a fáscia ao redor do rádio, assim como a aponeurose bicipital nos flexores. Proximalmente ele tem conexões com o peitoral menor (através de sua porção curta) e com supraespinal (através de suas porção longa) e curta (Myers, 2001, 2009).
3. O Efeito que tem a Contração Muscular nos Ligamentos Locais.
A contração do bíceps exerce uma influência de estabilização nos ligamentos do ombro e do cotovelo. Nossa suposição de que os ligamentos têm um arranjo em paralelo com os músculos é incorreta. A maior parte dos ligamentos estão dinamicamente arranjados em série com os músculos, para que a contração muscular ajude os ligamentos a estabilizarem a articulação em todos os ângulos (Van der Wal, 2009).
4. O Fato de que cada Músculo tem de ser Suprido por Nervos e Vasos Sanguíneos.
Estes “fios e tubos” chegam envoltos em um revestimento de fáscia. Se o revestimento está torcido ou restrito, ou torna-se muito curto devido a má postura, a função muscular é afetada (Shacklock, 2005).
Os Trilhos Anatômicos mapeiam nossas conexões fasciais, que ligam músculos individuais, como o bíceps comentado acima, em conexões funcionais. 
Uma vez que você entenda o sistema fascial como um todo, ao invés de uma série de partes, o corpo se apresenta como uma versão animada de tensegridade (“tensão-integridade”) (Fuller, 1975). Os suportes, como os ossos, empurrando para fora, e a rede fascial, atuando como cordas, puxando para dentro.
A coisa toda atinge um equilíbrio o qual chamamos “forma”. Atualmente é evidente que nossos corpos trabalham desta maneira, celularmente, assim como em um macro nível (Ingber, 2008). Claro, nossa tensegridade humana é animada pelo sistema nervoso central e é muito ajustável através dos músculos, mas vale a pena explorar as propriedades destas estruturas de nossos corpos.
RESUMO -
Este artigo desvenda oito pontos chaves a respeito de fáscia:

1. Miofascia é uma matriz 3D -
Fáscia forma um arcabouço, uma matriz tridimensional contínua de apoio estrutural em torno de nossos órgãos, músculos, articulações, ossos e fibras nervosas. Este, arranjo fascial multidimensional multidirecional também nos permite mover-se em múltiplas direções (Myers 2001; Huijing 2003; Stecco 2009).

2. A fáscia é um transmissor de Força -
Você já assistiu a atletas de parkour saltar para baixo de um prédio de três andares, trocar de rápido para suave em uma corrida? Como as articulações não explodem com o impacto da queda?

A resposta é que a força interna (de músculo) e força externa (gravidade e reação do solo) são transmitidas e dispersas dentro do corpo essencialmente através da rede fascial (desde que a força não seja tão grande). Fáscia ajuda a evitar ou minimizar o estresse localizada em um determinado músculo, articulação ou osso, e isso ajuda a dureza dinâmica criada a partir das forças operacionais, principalmente por meio de suas propriedades viscoelásticas. Isto protege a integridade do corpo ao mesmo tempo minimizando a quantidade de combustível utilizado durante o movimento.

As linhas miofasciais representadas em Trilhos Anatômicos nos dão uma imagem mais clara de como a fáscia atenua o stress e força através do corpo, dependendo da direção e aplicação de força (Myers 2001; Huijing 2003; Sandercock & Maas 2009).




3. Repetição é bom e ruim -
A lei de Davis afirma que tecidos moles, uma forma de fáscia, vão remodelar-se (se tornando mais duro e mais denso) ao longo das linhas de estresse (Clark, Lucett & Corn 2008). Isso pode ter benefícios de curto prazo e consequências a longo prazo. Quando se praticar um movimento repetitivo, o tecido mole vai remodelar-se na direção do movimento desejado para que o tecido fique mais forte para lidar com as forças em uma direção particular. Repetição de longo prazo pode fazer fáscia ficar rígida ao longo da linha de tensão, mas mais fraca noutras direções, resultando numa possível maior frequência de "tears" (rupturas) na própria fáscia ou imobilidade nas articulações vizinhas quando se deslocam em sentidos diferentes. O mesmo pode ser dito de movimento estático, como sentado ou em pé, por longos períodos através de dias, meses e anos.

4. A fáscia pode se curar e hipertrofiar -
Um estudo realizado em 1995 demonstra que a tensão mecânica (exercício) pode induzir a hipertrofia de um ligamento, uma forma de fáscia (Fukuyama et al., 1995). Novos estudos demonstram a capacidade do sistema fascial para curar a si mesmo depois de ser lesionado. Alguns estudos encontraram algumas pessoas com Ligamento Cruzado Anterior (LCA) em "tears" e que foram capazes de retornar à função completa sem cirurgia (al. Matias et 2011). À medida que aprendemos mais, poderemos ver novos tipos de técnicas de recuperação, bem como alterações no que acreditamos ser a forma ideal para  aplicação de alguns exercícios ou gestos motores.

5. A fáscia pode contrair -
Os miofibroblastos, que permitem por eles ocorrer suaves contrações "pseudomusculares", têm sido encontrados na fáscia (Schleip et al., 2005). Numerosos mecanorreceptores (órgãos tendinosos de Golgi, terminações de Ruffini, terminações Paciniformes) também foram identificados dentro da matriz fascial; estes podem estar a contribuir para as suaves contrações das fáscias ("pseudomusculares") e que comunica com o sistema nervoso central em relação à quantidade de forças de corte no interior do tecido conjuntivo (Myers 2011). Teoriza-se que as contrações miofasciais ajudam na estabilização e gasto energético. Contudo, mais pesquisas serão necessárias para entender como fáscia e músculo contraem em conjunto com o outro, como essas contrações afetam o movimento global e o que eles significam para os profissionais de fitness.

6. A fáscia pode agir independentemente do Sistema Nervoso Central -
Fáscia está sempre sob tensão, desde que a gravidade esteja presente. Esta pré-tensão passiva tem sido chamado de tônus miofascial de repouso. Myers discute o uso do princípio de Tensegridade (Alfonse et al 2010;. Myers 2001). O Tônus miofascial de repouso fornece um componente de baixo nível de estabilização que ajuda na nossa postura e nos permite realizar movimentos como entrar e sair de um carro sem pensar sobre elas.

Por ter 10 vezes mais proprioceptores que o tecido muscular (Myers 2011), a matriz fascial nos ajuda a reagir ao nosso ambiente mais rápido do que a mente consciente pode responder, se estamos inesperadamente pisando fora do pedal do freio, reagindo a um jogador adversário em um esporte ou no reflexo de retirada da mão de um fogão quente.

Esta pré-tensão pode também dar-nos a capacidade de manter a postura com menos fadiga e tensão fascial, em comparação com a ativação muscular constante e gasto energético. 

7. Ambiente influencia as Fáscias -
Em seu livro The Endless Web: Fascial Anatomy and Physical Reality (North Atlantic 1996), Louis R. Shultz e Rosemary Feitis discutem como nossas emoções são armazenados dentro do corpo, inclusive no tecido conjuntivo.

"A resposta física às emoções é através do tecido mole", escrevem eles. "A fáscia é o corpo emocional. . . . Idealmente, os sentimentos são sentidos no corpo inteiro -emoções viajam através da teia fascial. Nós, então, interpretamos a sensação fisiológica como raiva, afeição, amor, interesse e assim por diante... A razão pela qual o seu pescoço não pode endireitar e alongar pode ser por causa do choque de ser continuamente intimidado na infância. O trabalho físico vai abrir apenas parcialmente esse problema, a menos que se reconheça que pode ser uma origem emocional."

Utilizando este conceito, o profissional de fitness pode desenvolver uma abordagem holística para a compreensão da postura e movimento de uma abordagem que pode vê-los, não apenas como física, mas como emocional e psicológica também. Fáscia pode tornar-se mais dura e menos complacente quando um cliente está deprimido, ansioso e com medo (Shultz & Feitis 1996; Lowe 1989). Personais percebem isso quando observam clientes após terem um dia miserável. O ambiente influencia bastante a postura, movimento e propriocepção. Talvez melhorar o humor possa melhorar o estado físico através da teia fascial.

8. A fáscia permite-nos treinar o corpo como um todo -
No trabalho de Myers, dissecções demonstraram que o tecido conjuntivo não só envolve músculos, ossos e órgãos, mas o faz de forma contínua através de muitas camadas (Myers 2001). Este link nos conecta de forma holística em movimento e função. Para os atletas ou outras pessoas que procuram melhorar ou maximizar a função, a teia fascial nos dá uma razão para incorporar movimentos de corpo inteiro em nossos regimes de treinamento.

CONCLUSÃO: Quanto mais aprendemos sobre o nosso tecido conjuntivo, mais descobrimos que podemos integrá-lo com os outros sistemas do corpo (muscular, nervoso, esquelético) e obter maior desempenho com o movimento e o próprio corpo humano. Usando linhas miofasciais em nosso treinamento pode nos dar uma perspectiva única sobre como maximizar a nossa capacidade de mitigar vigor, economizar energia e construir a resistência, melhorando a mobilidade multiarticular e força. Treinando o corpo como um todo em três dimensões, ao contrário de treinamento isolado, em partes segmentadas, pode ser um elo perdido nos programas de exercícios de pessoas à procura de manter ou melhorar a integridade de seus corpos.


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sexta-feira, 8 de julho de 2016

ESTABILIZAÇÃO SEGMENTAR LOMBO-PÉLVICA


Mas primeiro vou falar da INSTABILIDADE...  

A prevalência ao longo da vida de lombalgias mecânico-posturais é estimada em 60-70% em países industrializados. Um dos principais fatores para dor lombar é a instabilidade segmentar, e para manter a estabilidade é necessária a interação de três subsistemas: passivo, ativo e controle neural. Exercícios específicos que promovem a contração independente dos músculos profundos do tronco (transverso do abdômen e multífido) têm demonstrado ter efeitos benéficos em indivíduos que sofrem de dor lombar inespecífica, sugerindo a estimulação desses subsistemas. 

As lombalgias têm uma etiologia diversificada, podendo existir mais de 50 causas diferentes, como trauma, inflamação, artrite reumatoide, tumor, hérnia discal, mecânico-posturais, compressivas, relacionadas a desequilíbrios musculares, fraqueza muscular, aumento de fadiga e instabilidade de tronco (NECTOUX, 2010; MACEDO, 2011; JUNIOR, 2010). Sua investigação é bastante complexa por ser inespecífica (MACEDO, 2011), sendo frequentemente associadas a uma instabilidade dos músculos da coluna lombar e pelve (PEREIRA, 2010).


Se ficarmos atentos em qualquer sala de musculação vamos nos surpreender com a quantidade de movimentos/exercícios/gestos motores realizados por quase todos os praticantes sem uma ótima (quase sempre nem mínima!) estabilidade lombo-pélvica.
Que acaba, invariavelmente, se perpetuando ao longo de todo o corpo. Tanto nas posições DINÂMICAS E ESTÁTICAS, em pé ou sentadas. 

Esta instabilidade, ao longo de determinado tempo, maior ou menor, para uns e para outros, pode desencadear diferentes alterações e disfunções, especialmente algumas lombalgias.
Apesar de, em alguns casos, a dor lombopélvica ser oriunda de uma patologia específica, em 90% dos indivíduos a dor lombopélvica experienciada é INESPECÍFICA e pode acontece em todas as faixas etárias.

A instabilidade lombar é vista como fator significativo em pacientes com dor lombar.
Frymoyer definiu instabilidade segmentar como uma perda da rigidez do segmento espinhal quando uma força aplicada produz deslocamento de parte desse segmento excedendo magnitudes encontradas em uma coluna normal. A espondilolistese é a manifestação clínica mais comum de instabilidade. Essa patologia é caracterizada por um deslizamento de uma vértebra sobre a outra. 



Atualmente a dor lombar é causa frequente de morbidade e incapacidade, e o aumento de sua prevalência tem afetado a saúde pública, aumentando os orçamentos e gerando custos sociais altos, sendo que 5 a 8% dos pacientes se tornam crônicos, e estes são responsáveis por mais 75% dos gastos anuais, pois uma parte dos pacientes gera grandes despesas e perde a produção de atividades laborais (MACEDO, 2011; SANTOS, 2011; CAN, 2010).
A maior preocupação está em 5 a 10 % da população, que evolui com incapacidade e resulta em dor lombar crônica (SANTOS, 2011), sendo considerada a segunda maior causa de afastamento temporário no trabalho (FRANÇA, 2008). 


A dor lombar pode ser caracterizada por um quadro de desconforto e fadiga muscular localizada na região inferior da coluna vertebral. Dor lombar inespecífica é muitas vezes associada a lesões musculoesqueléticas e aos desequilíbrios na coluna lombar e estabilização dos músculos pélvicos.
A instabilidade segmentar ocorre quando há diminuição na capacidade do sistema estabilizador da coluna vertebral em manter a zona neutra dentro de limites fisiológicos. A zona neutra é uma região de movimentos intervertebrais onde pouca resistência é oferecida pela coluna vertebral passiva; a perda de controle da zona neutra no segmento vertebral está associada à lesão, doença degenerativa do disco e fraqueza muscular.
De acordo com Panjabi, a estabilidade da coluna consiste na interação de três subsistemas: 1) passivo (articulações, ligamentos e vértebras), 2) ativo (músculos e tendões) e 3) controle neural (nervos e SNC). As funções desses três subsistemas estão interligadas, e a reduzida função de um subsistema pode colocar exigências crescentes sobre os outros.
De acordo com este modelo, a instabilidade resultante da lesão de um componente do subsistema passivo (como uma lesão óssea ou ligamentar) poderia ser compensada, em parte, através da melhoria do desempenho dos sub-sistemas ativo e neural. 


Segundo a duração, a lombalgia pode ser aguda (início súbito e duração menor do que seis semanas), subaguda (duração de seis a 12 semanas), e crônica (duração maior do que 12 semanas. A dor lombar por desordem musculoesquelética pode ser de origem congênita, degenerativa, inflamatória, infecciosa, tumoral e mecânico-postural. A lombalgia pode ser classificada em mecânica, não mecânica e psicogênica. A lombalgia mecânica (a que nos interessa) pode ser específica ou inespecífica.
A lombalgia mecânica comum ou lombalgia inespecífica representa grande parte da dor referida pela população. 

O corpo humano tem centro gravitacional no qual mantém o equilíbrio entre músculos e ossos para manter a integridade das estruturas, protegendo-as contra traumatismos, independentemente da posição de pé, sentada ou deitada.
Na LOMBALGIA INESPECÍFICA geralmente ocorre desequilíbrio entre a carga funcional, que é o esforço requerido para atividades do trabalho e da vida diária, e a capacidade, que é o potencial de execução para essas atividades. Esse tipo de lombalgia caracteriza-se pela ausência de alteração estrutural, ou seja, não há redução do espaço do disco, compressão de raízes nervosas, lesão óssea ou articular, escoliose ou lordose acentuada que possam levar a dor na coluna. Somente 10% das lombalgias têm causa específica de doença determinada . 
Apesar da ausência de alteração estrutural na lombalgia inespecífica, essa pode causar limitação das atividades da vida diária (AVD) e incapacidade para o trabalho temporária ou permanente, sendo umas das principais causas de falta no trabalho no mundo ocidental. 
A incidência da lombalgia inespecífica é maior em trabalhadores submetidos a esforços físicos pesados, como levantamento de pesos, movimentos repetitivos e posturas estáticas frequentes. 

Na literatura, a prevalência da lombalgia inespecífica é maior no sexo feminino. Alguns autores acreditam que as mulheres apresentam riscos maiores do que os homens por causa de particularidades anatomofuncionais que, quando somadas, podem facilitar o surgimento de lombalgia. Elas apresentam menor estatura, massa muscular e densidade óssea, maior fragilidade articular e menor adaptação ao esforço físico. Além disso, a soma da carga imposta pela feitura das tarefas domésticas potencializa esse risco. Portanto, quase todos os indivíduos têm episódios de lombalgia inespecífica e toda população de todas as faixas etárias é considerada de risco.

Atitudes habituais ou profissionais (permanência na posição de pé ou sentada por tempo prolongado), obesidade, abdome em pêndulo, visceroptose (gordura abdominal acentuada), desvios de membros inferiores, encurtamentos severos e massas musculares insuficientemente desenvolvidas, e infelizmente até posições erroneamente sustentadas na MUSCULAÇÃO/ACADEMIA para a realização de algum gesto/exercício/movimento, são fatores que contribuem para as distorções posturais. 
O excesso de peso também produz maior pressão sobre as estruturas (discos intervertebrais, raízes nervosas, articulações interapofisárias e ligamentos intervertebrais) e causa dor. Outros fatores que contribuem para lombalgia no paciente obeso são a flacidez e a distensão da parede abdominal (CORE) que impede o suporte adequado para a coluna.
A LOMBALGIA INESPECÍFICA É CAUSADA, NA MAIORIA DAS VEZES, POR DESVIOS DA POSTURA NORMAL. 
ENTÃO... TEMOS QUE TOMAR MUITO CUIDADO COM ISSO! 
VOCÊ ESTÁ ORIENTADO QUANTO A ISSO? 

A instabilidade segmentar ocorre quando há diminuição na capacidade do sistema estabilizador da coluna vertebral em manter a zona neutra dentro de limites fisiológicos. A zona neutra é uma região de movimentos intervertebrais onde pouca resistência é oferecida pela coluna vertebral passiva; a perda de controle da zona neutra no segmento vertebral está associada à lesão, doença degenerativa do disco e fraqueza muscular.
De acordo com Panjabi, a estabilidade da coluna consiste na interação de três subsistemas: passivo (articulações, ligamentos e vértebras), ativo (músculos e tendões) e controle neural (nervos e SNC). As funções desses três subsistemas estão interligadas, e a reduzida função de um subsistema pode colocar exigências crescentes sobre os outros. E ASSIM, UM PROGRAMA DE TREINAMENTO, EFICAZ E SEGURO, DEVE ABORDAR EQUILIBRADAMENTE TODOS ESTES SISTEMAS.
O SEU SATISFAZ? 

Bergmak afirma que há dois sistemas musculares atuando sobre a estabilidade espinhal: o SISTEMA GLOBAL, que inclui o reto abdominal, oblíquo abdominal externo e a parte torácica lombar do iliocostal e proporciona a ESTABILIZAÇÃO GERAL DO TRONCO; e o SISTEMA LOCAL, que é composto pelo multífido lombar, transverso abdominal, diafragma, fibras posteriores do oblíquo interno e quadrado lombar, responsáveis por fornecer ESTABILIDADE SEGMENTAR e controlar diretamente os segmentos lombares.

Nas últimas décadas, o papel da musculatura estabilizadora da coluna e sua correlação com instabilidade lombar têm sido estudada com maior ênfase através de pesquisas sistematizadas. A estabilidade mecânica, tanto estática quanto dinâmica é necessária para se realizar funções fundamentais. O sistema ósseo-ligamentar é capaz de somente uma fração das cargas que a coluna é sujeitada durante as atividades de vida diária. Tendo em vista este fato, torna-se óbvio a necessidade de se trabalhar a musculatura estabilizadora da coluna e o seu controle. O treinamento dos músculos transverso do abdômen e do multífido da lombar, cuja principal função é a de prover estabilidade dinâmica tem sido demonstrada em vários estudos como uma intervenção eficaz em diminuir a dor e a incapacidade funcional em pacientes com dor lombar aguda e crônica.

Graças à orientação das fibras horizontais, a contração do transverso abdominal resulta em redução da circunferência abdominal com um aumento da tensão na fáscia tóraco-lombar e da pressão intra-abdominal (PIA). Este aumento da PIA faz com que o abdômen se transforme em um cilindro rígido.
Hides et al. demonstrou, por meio da ressonância magnética, que a contração do transverso do abdômen melhora a estabilização da região lombo-pélvica.
A contração do transverso do abdômen ocorre antes de um movimento e independe da direção do movimento realizado.
Segundo Richardson et al., a independente contração do transverso abdominal diminui a frouxidão da articulação sacroilíaca em maior grau do que o padrão geral de exercícios abdominal, confirmando que o uso de contrações independente deste músculo é MUITO ÚTIL nos tratamentos das lombalgias.

As fibras laminares profundas do músculo multífido lombar são também fundamentais para proteção articular e estabilidade, sendo que sua atrofia resulta em perda da estabilidade dinâmica da coluna lombar. De acordo com um estudo biomecânico in vitro, o multífido lombar contribui com 2/3 para o aumento da rigidez da coluna lombar.














Evidências encontradas em revisões sistemáticas sugerem que exercícios de estabilização segmentar que promovem co-contracão dos músculos transverso do abdômen e multífido são eficazes para reduzir a dor e a incapacidade em lombalgias crônicas e para aumentar o retorno às atividades diárias normais e ao trabalho. Exercícios de Estabilização Central parecem também ser mais eficazes do que o exercício de fortalecimento tradicional em dores lombares crônicas.
O'Sullivan, Twomey e Allison investigaram o efeito do exercício de estabilização segmentar, comparando-a com exercício geral. A dor e incapacidade funcional foram significativamente reduzidas no grupo de exercício de estabilização segmentar após dez semanas de programa.


Aquilo que hoje chamamos de Exercícios de Estabilização Central (core stabilization) teve sua origem a partir do trabalho de um grupo relativamente pequeno de autores. Em 1989, um pesquisador chamado Bergmark (já citado acima) publicou um estudo da estabilidade mecânica da coluna lombar. Este autor sugeriu a divisão dos músculos do tronco em dois grupos, denominados de músculos “estabilizadores globais” e “estabilizadores locais”. (também denominados de músculos profundos e superficiais, respectivamente. 

Basicamente os estabilizadores globais atuam sobre vários segmentos e transferem força entre a pelve e caixa torácica e incluem os eretores da coluna e o músculo reto abdominal. Já os estabilizadores locais, como os multífidus, possuem inserção nas vértebras lombares e tem a função de manter a estabilidade mecânica da coluna lombar. 


A estabilidade lombopélvica pode ser aumentada além de exercícios específicos das musculaturas envolvidas, também através de estratégias ativas tais como as manobras do "Stomach Vacuum" (vácuo abdominal) e a Manobra do "Bracing" abdominal. Que irei abordar em outro post...


ANTES DE REALIZAR QUALQUER MOVIMENTO, PRIMEIRO SE FAZ NECESSÁRIO UM ÓTIMO POSICIONAMENTO CORPORAL, NA POSTURA GERAL E NA ESTABILIZAÇÃO SEGMENTAR LOMBO-PÉLVICA.

NA DÚVIDA...??? CONSULTE UM PROFISSIONAL QUALIFICADO! E TENHA UM PROGRAMA DE TREINO EFICAZ E SEGURO!

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