Simone de Beauvoir em seu livro, "A Velhice", escreve: "Morrer prematuramente ou envelhecer: não há outra alternativa"...
O envelhecimento é um processo natural e inevitável, sendo assim, a velhice é uma fase que, como a infância, a adolescência e a juventude, faz parte do ciclo biológico e natural da vida. No entanto, trata-se de uma construção social e histórica devido às variadas formas pelas quais o processo de envelhecimento é entendido e vivido nas diferentes sociedades.
Na França do século XlX por exemplo, a velhice passou a ser tratada como um problema social, isto porque, mais da metade da população com idade acima de 65 anos vivia em precárias condições de vida. O crescimento rápido da classe operária, a expansão do sistema capitalista do trabalho e o conjunto de procedimentos que passaram a orientar a ordem social vigente, foram as causas principais do agravamento da situação do idoso, que não possuía salário ou pensão e vivia sob a dependência dos filhos ou de instituições assistenciais. Nessa época foram criados os primeiros asilos construídos com recursos de fundos privados, doações de famílias de banqueiros e industriais. Pesquisas apontam que 40% dos asilos na França foram construídos no século XlX. (Lenoir,1996:82)
Como vemos a velhice enquanto representação social, vem atrelada, à participação do indivíduo no sistema produtivo. Freqüentemente, o grau de respeito e de reconhecimento social das pessoas idosas está relacionado à produtividade.
O tratamento dado à questão da velhice na França se constituiu na formulação de políticas sociais, resultando numa mudança da estrutura social na década de 60 do século XX, traduzida em prestígio aos aposentados e transformação da imagem das pessoas envelhecidas em sujeitos respeitados.
No Brasil, o processo de mudança da imagem da velhice, teve início no final da década de 60 e as leis voltadas para a proteção da pessoa idosa datam de 1973 com a concessão pelo Ministério do Trabalho e o INPS a aposentadoria –velhice para homens a partir dos 60 anos e mulheres com idade acima dos 60 anos.
A Renda Mensal Vitalícia foi instituída em 1973, oferecendo 60% do salário mínimo para pessoas com mais de 70 anos.
A Constituição Federal de 1988 por meio de sua Política de Assistência Social, conferiu ao idoso e a pessoa portadora de deficiência a possibilidade de uma renda de sobrevivência. Trata-se de um salário para os não contribuintes e está previsto na Lei Orgânica da Assistência Social – LOAS, (Lei no 8742/93 artigos 20 e 21), como benefício de prestação continuada. Este benefício veio a substituir a Renda Mensal Vitalícia em 1996.
Na década de 60 surgiram no Brasil os primeiros programas institucionais para atender o idoso. Porém, tiveram maior desenvolvimento nos anos 80, devido ao crescimento real desta faixa da população, mas sobretudo, pela construção de uma imagem do idoso e do envelhecer diferente da idéia tradicional. A imagem veiculada, em geral, identificava a pessoa idosa apenas por suas fragilidades físicas, intelectuais decorrentes do avanço da idade e principalmente a falta de produtividade relacionada ao trabalho remunerado, contribuindo para a marginalização do idoso e privando-o de ocupar um espaço na sociedade.
Em 1985, a cidade de São Paulo viu surgir, a partir da organização do segmento, o Conselho Municipal da Condição do Idoso, sendo reconhecido pelo poder público como categoria social merecedora de atenção e espaço na cidade. Em 1989 foi criado o Grande Conselho Municipal do Idoso, dando continuidade ao processo de participação e lutas, na reivindicação de políticas para efetivarem os direitos concedidos e garantir ações que propiciem a melhoria da qualidade de vida de todos.
Não é difícil para qualquer um de nós constatarmos que a aposentadoria, principal benefício previdenciário e relacionado diretamente à velhice, representa a retirada da vida produtiva e a diminuição de rendimentos. Significa, quase sempre, o empobrecimento e a redução de satisfações outras que não as indispensáveis para a sobrevivência. Isto ocorre justamente numa fase da vida, na qual o cidadão que dedicou a vida ao trabalho, poderia utilizar o tempo disponível para a realização de desejos e novos projetos de vida. Assim, se vê obrigado a adiar para um futuro cada vez mais inatingível, a possibilidade de concretizar alguns sonhos acalentados ao longo da vida.
Sabemos que já existem algumas leis com o objetivo de corrigir injustiças e amenizar o cenário atual da velhice e dos aposentados.
Um exemplo é a legislação em vigor que permite aos maiores de 65 anos e portadores de deficiência a concessão de meia entrada em eventos culturais, artísticos e esportivos promovidos pelo município, ou órgão da administração indireta. Esta concessão vem inserir a população idosa nos espaços culturais e sociais da cidade e, além de tira-lo do isolamento involuntário no qual é colocado, também fazem parte dos padrões de vida digno do cidadão. Essas iniciativas devem ser apoiadas e divulgadas para o conjunto da sociedade, a fim de que alcance o idoso que não possui renda suficiente para patrocinar seus momentos de lazer.
Outra questão importante é se garantir em leis a eliminação de barreiras arquitetônicas que prejudicam o direito de ir e vir, não somente dos idosos, mas também dos portadores de deficiência. A poucos dias observamos que o Centro Cultural Vergueiro, espaço de inúmeros e interessantes eventos culturais da cidade, não possui rampas de acessos adequados à portadores de deficiência física em ao menos um de seus auditórios.
A isenção de encargos e tarifas públicas como o IPTU para os aposentados e pensionistas que ganham até três salários mínimos, veio a beneficiar inúmeros idosos que sentiam-se angustiados por ocasião da efetivação desses pagamentos, precisando muitas vezes recorrer com grande constrangimento ao auxílio dos filhos ou familiares.
A utilização gratuita nos transportes coletivos a partir dos 65 anos, bem como assentos reservados para idosos e portadores de deficiência, constituiu-se em uma resposta positiva do poder público para o segmento idoso. Porém, esta conquista ainda necessita ser entendida por motoristas, cobradores, população em geral, e pelas próprias empresas de ônibus como um direito a ser respeitado, a começar pelo pequeno espaço reservado para a permanência dos mais velhos.
É grande a queixa dos idosos sobre os maus tratos a que são submetidos por alguns motoristas representados por freadas bruscas, arrancadas violentas no veículo, sem contar a falta de paciência ou má vontade para aguardar a subida ou descida das pessoas que já estão apresentando algumas dificuldades, como o equilíbrio por exemplo, comuns nesta fase da vida.
Na verdade, juntamente com as leis de proteção à pessoa idosa há a necessidade de se adequar a cidade e os recursos públicos para enfrentar essa nova realidade. É se suma importância a promoção de campanhas educativas que sensibilizem toda a sociedade para tratar os mais velhos com respeito e dignidade.
Na cidade de São Paulo, por exemplo, o idoso tem dificuldade em caminhar nas calçadas descuidadas e em atravessar avenidas ou ruas. Os semáforos, cronometrados e sincronizados para atender a necessidade do escoamento do trânsito de veículos, estão calculados para o andar ágil dos jovens, desorientando os pedestres que já não acompanham o ritmo acelerada da metrópole. E esta é uma situação recorrente nas maiorias das grandes cidades brasileiras, infelizmente!
A situação ideal seria a de que, ao envelhecer, o cidadão pudesse desfrutar de uma Previdência Social, cujos recursos fossem suficientes para lhe oferecer uma velhice tranqüila e que o direito ao atendimento à saúde lhe fosse assegurado com qualidade.
Uma vez que ninguém deseja morrer prematuramente, só nos resta a alternativa envelhecer. Como?
Dentro de um processo onde toda a sociedade colabore para:
1) a transformação da imagem social da velhice, a começar dos idosos da nossa própria família, respeitando e enxergando os mais velhos como cidadãos com direitos e deveres;
2) a criação de políticas públicas apropriadas para dar a necessária proteção à pessoa idosa, não na perspectiva da compensação, mas entendida como um direito;
3) resgatar no idoso a condição de sujeito para assumir sua própria vontade, fazer as coisas que gosta, realizar os seus próprios desejos, viver e exercer a sua cidadania.
Envelhecimento e Qualidade de Vida: dois aspectos que antes pareciam tão distantes um do outro, hoje se tornaram cada vez mais próximos. Até meados do século passado havia uma certa idéia corrrente de que a chegada da 3ª idade era sinônimo de muitas perdas e o início de um processo de abandono e finitude. Mas hoje, com os avanços nas áreas ligadas à saúde, as pessoas estão conseguindo viver mais e melhor.
Será que isto é verdadeiro para todas as pessoas? Poderíamos viver mais e melhor do que estamos realmente vivendo hoje em dia?
Este início do século XXI mostra uma preocupação grande com a questão da Qualidade de Vida. Observamos um aumento considerável de artigos sobre pesquisas em qualidade de vida, principalmente em relação aos idosos.
Qualidade de vida tem a ver com a nossa percepção de como estamos envelhecendo.
As pesquisas mostram que o processo de envelhecer de forma saudável é dependente em 50% de nosso estilo de vida, sendo o restante relativo ao meio ambiente e a carga genética. Isto mostra que, pelo menos, metade dele depende do que nós fazemos com nossa própria vida ou do que deixamos de fazer.
Mais da metade da qualidade de vida que você tem depende de você mesmo.
A população mundial está ficando cada vez mais velha, tanto que, segundo dados da Organização Mundial da Saúde (2007), por volta de 2025 pela primeira vez na história haverá mais idosos do que crianças no planeta. Os dados indicam também o período de 1975 a 2075 como a Era do Envelhecimento.
"O crescimento da população de idosos, em números absolutos e relativos, é um fenômeno mundial e está ocorrendo a um nível sem precedentes. Em 1950, eram cerca de 204 milhões de idosos no mundo e, já em 1998, quase cinco décadas depois, este contingente alcançava 579 milhões de pessoas, um crescimento de quase 8 milhões de pessoas idosas por ano. As projeções indicam que, em 2050, a população idosa será de 1.900 milhões de pessoas, montante equivalente à população infantil de 0 a 14 anos de idade. Uma das explicações para esse fenômeno é o aumento, verificado desde 1950, de 19 anos na esperança de vida ao nascer em todo o mundo. (IBGE, 2007)."
Os números mostram que, atualmente, de acordo com dados do IBGE (2007), uma em cada dez pessoas tem sessenta anos de idade ou mais e, para 2050, estima-se que a relação será de uma para cinco em todo o mundo e de uma para três nos países desenvolvidos. No mundo, em 2050, um quinto da população será de idosos.
Ainda segundo as projeções do IBGE (2007), o número de pessoas com cem anos de idade ou mais aumentará 15 vezes, passando de 145000 em 1999 para 2,2 milhões em 2050. Os centenários, no Brasil, somavam 13.865 em 1991 e, em 2000, chegaram a 24.576, ou seja, houve um aumento de 77%. São Paulo tem o maior número de pessoas com cem anos ou mais (4.457), seguido pela Bahia (2 808), Minas Gerais (2.765) e Rio de Janeiro (2 029).
O processo de envelhecimento demográfico é um fato que repercute nas diferentes esferas da estrutura social, econômica, política e cultural da sociedade, uma vez que os idosos, da mesma forma que os demais segmentos etários (crianças, jovens e adultos), possuem demandas específicas para a obtenção de adequadas condições de vida. Tais demandas fizeram da velhice tema privilegiado de investigação nas distintas áreas de conhecimento, elevando substancialmente o volume de obras publicadas nos últimos tempos.
O aumento da população idosa e da expectativa de vida tem gerado importantíssimas repercussões nos campos sociais e econômicos, provocando uma intensificação do interesse por estudos empíricos e teóricos sobre a velhice e envelhecimento, bem como a criação de alternativas de promoção do envelhecimento saudável e da preocupação com o atendimento da população idosa nas áreas social, médica e educacional.
Segundo Paschoal (2002), a longevidade cada vez maior do ser humano acarreta uma situação ambígua, vivenciada por muitas pessoas, mesmo pelas ainda não idosas: “O desejo de viver cada vez mais e, ao mesmo tempo, o temor de viver em meio a incapacidades e a dependência.”
Numa sociedade ativa e competitiva como aquela em que vivemos, o esperado é que o idoso fique afastado do meio social ativo, por se apresentar fora do ritmo dos acontecimentos e improdutivo aos olhos do dinamismo social. Essa falta de utilidade, juntamente com a perda do papel social, desencadeia na sociedade o preconceito relacionado à idade.
O desafio que se propõe aos indivíduos e às sociedades hoje é obter uma sobrevida cada vez maior, com uma qualidade de vida cada vez melhor.
"O fenômeno qualidade de vida tem múltiplas dimensões, como por exemplo, a física, a psicológica e a social, cada uma comportando vários aspectos. Entre eles a saúde percebida e a capacidade funcional são variáveis importantes que devem ser avaliadas, assim como o bem estar subjetivo, indicadas por satisfação. (PASCHOAL, 2002, p. 80)."
A qualidade de vida é um fator diretamente ligado a esse contexto, sendo um dos responsáveis pelo aumento ou pelo decréscimo na longevidade da população (MATSUDO, 2001). A preocupação em manter hábitos que garantam uma velhice saudável, marca uma nova etapa de conscientização. Para Acosta (2004, p. 140), "muito das 'perdas' e 'efeitos do envelhecimento' apresentados são decorrentes do estilo de vida que leva o idoso".
A Organização Mundial da Saúde (2007) fundamenta o conceito de qualidade de vida em três aspectos fundamentais, identificados por um grupo de expertsde diferentes culturas: subjetividade, multidimensionalidade e presença de dimensões positivas (exemplo: mobilidade) e negativas (exemplo: dor). Esses aspectos devem ser capazes de medir a qualidade de vida em qualquer lugar do planeta. A definição de qualidade de vida seguindo esses aspectos pode ser enunciada como “a percepção do indivíduo de sua posição na vida no contexto da cultura e sistema de valores nos quais ele vive e em relação aos seus objetivos, expectativas, padrões e preocupações".
O reconhecimento da multidimensionalidade da qualidade de vida refletiu-se na estrutura do instrumento, baseada em seis domínios: físico, domínio psicológico, nível de independência, relações sociais, com o meio ambiente e de espiritualidade / religião / crenças pessoais. A qualidade de vida, contudo, é uma questão que envolve valores e, como tal, está cheia de subjetividade, de reflexões pessoais e juízos familiares. A população em geral tem consciência do que é melhor para sua saúde, mas nem sempre o que é melhor para a sua saúde se reflete no que é melhor para a pessoa. Como a forma de mensuração, pelo que podemos notar, depende muito da interpretação de cada pessoa, que identifica o grau de melhora, piora ou, até mesmo, a manutenção da qualidade de vida dos indivíduos; esta se torna uma avaliação que atua no campo perceptivo sobre os níveis do "envelhecimento bem-sucedido".
Becker Júnior., Gonçalves e Pol (2006) afirmam que as condições de saúde certamente influenciam a qualidade de vida, mas não são as únicas determinantes. Segundo esses autores, a sugestão é que, então, quando for abordado o tema qualidade de vida, seja utilizada a expressão como ligada à saúde – “qualidade de vida ligada à saúde” (QVLS).
Teixeira et al. (2006) afirmam que a expressão “qualidade de vida” envolve múltiplos significados (conhecimentos, experiências, valores individuais e coletivos). As definições “restritas ou específicas”, tais como as utilizadas nas áreas econômicas e de saúde, são limitadas, por envolverem somente a aquisição de bens materiais e capacidade funcional pós-doenças. Os autores destacam ainda que a qualidade de vida é uma construção social que abrange referências históricas, culturais e de estratificações ou classes sociais.
As atividades físicas são importantes para que se atinja o padrão desejado em certos aspectos da qualidade de vida. É claro que um estilo de vida ativa tem papel fundamental na promoção da saúde e da qualidade de vida durante o processo de envelhecimento, não importando quando, quanto e como o indivíduo seja fisicamente ativo (MATSUDO, 2001,p. 166).
A reestruturação de um autoconceito positivo propicia uma conscientização do papel social a partir de uma ênfase no eu, estimulada pelo envolvimento com as atividades de movimento. Este autoconceito positivo é fortemente relacionado com a sensação de auto-eficiência (possibilitada pelas atividades). Assim, as pessoas, apoiadas na sua auto-estima, combatem o estigma negativo do envelhecimento.
A qualidade de vida não é uma questão emocional, epistemológica, mas ética; ela não se constrói sobre conhecimentos, mas sobre valores e decisões, e a avaliação da qualidade de vida passa pela experiência de vida dos sujeitos, não só como um ato racional, mas que também envolve os sentimentos. Por isso, valores não materiais, tais como amor, liberdade, solidariedade, inserção social, realização pessoal e felicidade, também deveriam ser avaliados, pois compõem sua concepção (MINAYO; HARTZ; BUSS, 2000).
Néri (2000) enfatiza que a avaliação de qualidade de vida deve envolver vários critérios, comparando as condições disponíveis com as desejáveis, cujos resultados são expressos por índices de desenvolvimento, bem-estar, satisfação, desejabilidade ou prazer.
De acordo com Teixeira et al. (2006), os instrumentos de qualidade de vida utilizados podem ser agrupados em genéricos ou específicos. Os primeiros propõem-se a avaliar os aspectos amplos de qualidade de vida, utilizando questionários de base populacional, ao passo que os específicos geralmente são direcionados a grupos de indivíduos que sofrem ou sofreram algum tipo de patologia aguda ou crônica. Acreditamos, portanto, que o conceito de qualidade de vida é inerente a cada pessoa e varia ao longo do ciclo da vida, envolvendo múltiplos fatores, como registra Paschoal:
"Duas outras características podem ser acrescentadas: complexidade e mutabilidade. Por ser multidimensional, bipolar e subjetivo, o conceito torna-se complexo e difícil de avaliar. Pr outro lado, a avaliação da qualidade de vida muda com o tempo, pessoa, lugar e contexto cultural; para uma mesma pessoa, muda conforme o seu estado de humor, o que muitas vezes dificulta a avaliação. (2002, p. 81)."
A Organização Mundial da Saúde elaborou a definição de qualidade de vida que é atualmente uma das mais utilizadas e aceitas: “Qualidade de vida é a percepção do indivíduo de sua posição na vida, no contexto da cultura e do sistema de valores em que vive e em relação aos seus objetivos, expectativas, padrões e preocupações”. (OMS, 2007)
Os eventos subjetivos mostram maior associação com qualidade de vida do que objetivos, tais como renda, arranjo de moradia e saúde física, havendo uma forte relação entre ter medo de ficar velho, solidão e isolamento, senso de desamparo e de incompetência comportamental, como depressão, baixa saúde percebida e insatisfação com a vida. Sabe-se também que as doenças e incapacidades que determinam restrições nas oportunidades de acesso à estimulação prazerosa e ao envolvimento social relacionam-se com a depressão e com afetos negativos. Os idosos têm vida emocional menos intensa do que a dos adultos, possivelmente como resposta adaptativa aos limites da velhice, ou como reflexo de um processo de seleção de interesses.
Algumas considerações:
Conceituar e avaliar qualidade de vida não é tarefa das mais fáceis, dada à quantidade e a complexidade das variáveis envolvidas. Atualmente, muitas disciplinas e profissões têm se ocupado dessa tarefa.
O assunto começou a chamar a atenção, primeiro, de cientistas sociais e de políticos; depois, do pessoal do campo da saúde e, afinal e literalmente, de todas as áreas da atividade humana. Em virtude da importância do tema, tanto para a avaliação dos resultados, condutas, tratamentos e políticas, quanto para a avaliação de atendimento e serviços, há vários conceitos e instrumentos, alguns gerais e outros específicos, para sua avaliação; poucos, porém, foram desenvolvidos tendo como alvo a população idosa.
Portanto, acreditamos que o conceito de qualidade de vida é inerente a cada ser humano e varia ao longo de sua vida, envolvendo uma multiplicidade de fatores.
Os pesquisadores que desejam trabalhar com este tema, não podem deixar de considerar esse dado, pois os resultados das pesquisas irão refletir a fase e o momento da vida em que os indivíduos se encontram.
Além disso, não se pode deixar de enfatizar sobre sua característica dinâmica, em virtude das possibilidades de mudança ao longo da vida. A consciência de si, baseada no reconhecimento da própria imagem, incluindo seus aspectos fisiológicos, sociais e afetivos, pode ser um caminho para a transformação do corpo-objeto num corpo-sujeito no contexto de um envelhecer mais significativo e prazeroso.
Espera-se continuar a trilhar por novos caminhos na busca de mais qualidade de vida e saúde e educação para a população idosa, como também viabilizar ações de maior abrangência, no intuito de incentivar os profissionais das mais diversas áreas a buscar novas formas de adequação para o atendimento às pessoas idosas, frente às perspectivas e desafios que norteiam as estatísticas no que se referem aos elevados índices e parâmetros de crescimento da população idosa em nível mundial.
Atender com eficiência, qualidade, profissionalismo e segurança àqueles que chegaram antes de nós, e que criaram raízes, adubaram a terra e plantaram nossas sementes é um compromisso de todos nós!
Lembrem-se: seu Futuro depende muito do que você fizer Agora!
Referências:
ACOSTA M. A. F. Educação física, biogerontologia e a interface da qualidade de vida. Tese (Doutorado) - UFSM, Santa Maria, 2004.
GONÇALVES, C.; BECKER, Jr. B.; POL, D. Atividade física, a corporeidade e as ciências do esporte: uma trama epistemológica transdisciplinar. In: BECKER Jr., B; GONÇALVES, José dos Santos. Fronteiras em ciências da atividade física e do esporte. Porto Alegre: Nova Prova, 2006, p. 126-128.
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Censo demográfico. Disponível em: http://www.ibge.com.br.Acesso em: 5 set. 2007.
MATSUDO, S. M. M. Envelhecimento & atividade física. Londrina: Midiograf, 2001.
MINAYO, M. C. S.; HARTZ, Z. M. A.; BUSS, P. M. Qualidade de vida e saúde: um debate necessário. Ciência e Saúde Coletiva, v. 5, n. 1, p. 23-46, 2000.
NERI, A. Qualidade de vida na idade madura. Campinas: Papirus, 2000.
ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE. Disponível em: http://www.opas.org.br> Acesso em: 15 ago. 2007.
PASCHOAL, S. Qualidade de vida na velhice. In: FREITAS, E. et al. (Org.). Tratado de geriatria e gerontologia. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2002.
TEIXEIRA, A. et al. Qualidade de vida: uma visão geral. In: BECKER Jr. B.; GONÇALVES, J. S. Fronteiras em ciências da atividade física e do esporte.Porto Alegre: Nova Prova, 2006.
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Envelhecer é um processo natural na vida de todo mundo e isso não tem jeito mesmo. Porém é possível escolher envelhecer mantendo uma boa qualidade de vida na velhice. Os hábitos saudáveis praticados no presente vão determinar como será nossa saúde quando esse período chegar.
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