Profissional especializado em Atividade Física, Saúde e Qualidade de Vida. Sérgio Nunes e sua empresa QualiFis, pretendem desenvolver junto aos seus alunos e clientes a ideia da verdadeira Saúde, que obviamente não é apenas a ausência de doença, mas também o Encantamento com a Vida, dotando-os de um entendimento adequado de se Priorizar, de compreender que vale a pena Investir no seu Potencial de Ser, através do investimento na melhoria da Qualidade de Vida, aprimorando a saúde e usando como meio, a Atividade Física, em suas mais diferentes possibilidades.
“As informações, dicas e sugestões contidas nesse blog têm caráter meramente informativo, e não substituem o aconselhamento individual e o acompanhamento de médicos, nutricionistas, psicólogos e profissionais de educação física.”
Problemas do sono são comuns e vão muito além de perder apenas uma boa noite de sono. Para algumas pessoas, até um problema relativamente moderado pode ser bastante complicado e problemas graves podem ter conseqüências extremas.
Todos já ouvimos histórias sobre casos de sonambulismo em que as pessoas fazem coisas estranhas enquanto parecem dormir. Muitas pessoas até acham essas histórias engraçadas. Entretando, algumas dessas histórias podem dar uma falsa impressão sobre a gravidade dos transtornos do sono.Os pesquisadores do sono estão divididos, pois não sabem se episódios extremos são realmente sonambulismo ou se são conseqüência de outros fatores, como transtornos psiquiátricos ou amnésia relacionada ao uso de medicamentos. Mas um ponto com o qual todos os pesquisadores concordam é que mesmo os transtornos do sono mais comuns podem afetar a vida dos pacientes. Para as pessoas que sofrem com eles, os transtornos do sono não são motivo para riso. As pessoas, de modo geral, já tiveram uma ou outra noite de sono perdida. Mas para uma boa parte da população, uma noite inteira de sono ininterrupto ou tranqüilo é algo raro e que afeta sua vida em todos os sentidos. Muitas dessas pessoas sofrem de um dos mais dos 80 transtornos do sono classificados atualmente.A maioria dos problemas do sono não é uma doença em si. A insônia, por exemplo, refere-se à dificuldade para pegar no sono, à dificuldade para permanecer dormindo ou ao impulso para acordar cedo demais. Mas a insônia não é uma doença. É um sintoma que pode ser causado pela adoção de certos padrões de estilo de vida ou por determinadas condições de saúde. A insônia é considerada, assim, um transtorno secundário do sono (embora para as pessoas afligidas por ela, o termo “secundário” dificilmente se aplique).Por outro lado, existem doenças, como a apnéia do sono, que ocorrem principalmente durante ou em associação ao sono. Esses são considerados transtornos primários do sono. São eles:
Os transtornos do sono podem parecer engraçados, mas, na verdade, podem afetar gravemente a vida dos pacientes
apnéia do sono
narcolepsia
hipersonolência
síndrome das pernas inquietas
transtorno dos movimentos periódicos dos membros
sonambulismo
terrores noturnos
transtorno do comportamento do sono REM
bruxismo (ranger os dentes)
Além da insônia, os transtornos secundários do sono incluem transtornos do ritmo circadiano, situações em que o ciclo de dormir-acordar do corpo está fora de sincronia com os horários em que se precisa dormir ou permanecer acordado.
Então, como saber que tipo de problema do sono você tem? Para começar, você tem de rever seus próprios hábitos de sono para ver se há um transtorno do sono. Tente responder “sim” ou “não” às seguintes perguntas.
Responda sim ou não às perguntas abaixo
Sim
Não
1. Quando se deita à noite, você geralmente tem problemas para pegar no sono?
2. A impressão é a de que simplesmente só consegue pegar no sono muito tarde da noite?
3. Você acha muito difícil se levantar antes das 10h da manhã?
4. Você tem tendência a dormir cedo à noite e levantar antes de o sol nascer?
5. Você acorda diversas vezes durante a noite?
6. Você acorda mais cedo do que precisa de manhã e tem problemas para voltar a dormir?
7. Alguma vez você já acordou à noite gritando, berrando, chorando ou em algum outro estado de terror sem saber o porquê?
8. Você já dormiu imediatamente após ouvir uma piada engraçada, assistindo a um bom jogo ou tendo ficado agitado de qualquer outra forma?
9. Já disseram que você ronca alto e parece que pára de respirar por um tempo durante a noite?
10. Já disseram que você anda dormindo?
11. Você já acordou alguma vez fora da cama sem lembrar como fez isso?
12. Já disseram que você se mexe bastante durante o sono?
13. Você já se machucou, ou machucou alguém, enquanto dormia?
14. Você sente formigamento, picada, coceira ou outra sensação desagradável nas pernas quando começa a pegar no sono?
Se respondeu “sim” a qualquer das perguntas acima, você pode ter um transtorno primário ou secundário do sono. Para ter um diagnóstico preciso e um tratamento adequado, você precisa consultar um médico, de preferência que tenha conhecimento sobre transtornos do sono.
O Ronco ocorre devido a obstrução parcial das vias respiratórias superiores à passagem de ar durante o sono. Ao dormir ocorre uma diminuição do tônus muscular da faringe ocorrendo estreitamento dessa região. Vários fatores podem dificultar ainda mais essa passagem do ar contribuindo com o surgimento do ronco:
- Obesidade: este é o mais frequente fator de risco envolvido. O aumento do tecido adiposo no pescoço reduz o calibre da via aérea predispondo a obstrução durante o sono.
- Idade: com o envelhecimento ocorre diminuição progressiva do tônus e elasticidade dos tecidos da garganta favorecendo a obstrução das vias aéreas.
- Obstrução nasal devida, a aumento do volume de secreções e produção de muco, a desvio de septo nasal, rinites, sinusites, pólipos nasais; à hiperplasia das amígdalas e adenoides.
- Retrognatismo, hipoplasia de mandíbula e maxila, macroglossia (aumento da língua), e outras alterações nos ossos da face entre outros.
O Ronco traz prejuízos à saúde?
O ronco pode ser o sinal de uma doença que tem graves consequências ao organismo - a Síndrome de Apnéia do Sono. Apnéia quer dizer parada respiratória, e o termo Apnéia do Sono se refere à um transtorno no qual o indivíduo apresenta sucessivas paradas respiratórias de curta duração (geralmente entre 10 e 60 segundos) durante o sono.
Esta síndrome pode trazer graves consequências ao coração e vasos sanguíneos aumentando a incidência de infarto do miocárdio, AVC ("derrame"), hipertensão arterial, arritmias e insuficiência cardíaca.
Além disso traz prejuízos à qualidade do sono levando à sintomas de sonolência diurna, déficit de memória e aprendizado, impotência sexual, cefaléia, acidentes de trânsito e de trabalho, entre muitos outros.
E o Ronco SEM Apnéia do Sono traz consequências à saúde?
O ronco pode trazer a insônia do cônjuge e sérios problemas de relacionamento. Mas não é só isso! Novas pesquisas têm demonstrado que o ronco alto pode levar a maior formação de placas de gordura nos vasos sanguíneos do pescoço aumentando a chance de ocorrer isquemias cerebrais. Outros estudos mostraram risco aumentado do desenvolvimento de diabetes, mesmo sem a presença de apnéia do sono.
Quando procurar auxílio médico?
O Ronco leve (ressonar) e eventual como em determinadas situações (apenas após uso de bebidas alcoólicas ou tranquilizantes, por exemplo) não deve ser considerado um problema médico. Entretanto indivíduos que apresentam ronco alto e/ou frequente devem procurar a avaliação de um médico especialista em medicina do sono para avaliar a presença de Apnéia do Sono associada (principalmente se possuírem mais de 40 anos de idade ou outras doenças como obesidade, hipertensão, diabetes, doenca coronariana, etc).
Apnéia do Sono
O que é apnéia do sono?
Apnéia significa "parada da respiração". Apnéia do sono é o distúrbio no qual o indivíduo sofre breves e repetidas interrupções da respiração (apnéias) enquanto dorme. As apnéias são causadas por obstruções transitórias da passagem do ar pela garganta de pelo menos 10 segundos de duração. Quando ocorrem apnéias com frequência maior que 5x/hora no sono dizemos que o indivíduo é portador de apnéia do sono.
Estima-se que cerca de 4% das mulheres e 9% dos homens adultos sofram de apnéia do sono, sendo que sua prevalência é maior entre os obesos e maiores de 35 anos.
Curiosamente, apesar de possuir alta prevalência na população, apenas recentemente a medicina reconheceu, através de estudos científicos, os riscos trazidos por esta doença e a importância do seu diagnóstico. Deste modo, sabe-se que cerca de 90% dos indivíduos que possuem apnéia do sono ainda não possuem o diagnóstico ou sequer foram alertados pelo seu médico para a possibilidade de sofrerem desta doença.
O que provoca a apnéia do sono?
Aumento do peso (causa mais comum nos adultos): o excesso de tecido mole na garganta dificulta mantê-la aberta.
Os músculos da garganta e língua relaxam mais do que o normal: isso tende a agravar-se com a idade.
Alterações do formato da cabeça e pescoço pode resultar em menor espaço para passagem de ar na boca e garganta.
Amígdalas e adenóides grandes são causa comum de apnéia do sono na criança.
Quais as consequências da apnéia do sono?
Cada vez que ocorre uma apnéia ocorre uma diminuição rápida da oxigenação sanguínea. A fim de evitar a morte por asfixia, o organismo envia um “sinal” ao cérebro despertando-o por tempo suficiente para conseguir desobstruir a garganta. Ou seja, ocorre um microdespertar que o indivíduo não percebe e nem lembra no dia seguinte. Esse fenômeno pode repetir-se até 1000 vezes em cada noite de sono nos casos mais graves. Após cada microdespertar ocorre também uma descarga aguda de hormônios do estresse como adrenalina e outros que, aliada a queda da oxigenação sanguínea, pode desencadear arritmias cardíacas, infarto do miocárdio e acidentes vasculares cerebrais (AVC) durante o sono. Além disso, a apnéia do sono não tratada, a longo prazo, ocasiona ou agrava várias doenças como diabetes, obesidade, hipertensão, insuficiência cardíaca, infarto do miocárdio, arritmias cardíacas, AVCs, entre outras.
Devido ao grande número de microdespertares pelas apnéias repetidas, o sono torna-se fragmentado ocorrendo diminuição do sono profundo e do sono REM nos indivíduos com apnéia do sono. O sono profundo é fundamental para a recuperação do corpo, enquanto que a fase REM (Rapid Eye Movement - fase onde ocorrem os sonhos) é importante para a consolidação do aprendizado e da memória. Assim, a apnéia do sono é uma das causas mais comuns de fadiga, sonolência e dificuldades de aprendizado e memória, entre outros sintomas.
Quais os sintomas da Apnéia do Sono? Quando suspeitar desse distúrbio?
O indivíduo com apnéia do sono raramente percebe que tem dificuldade para respirar durante o sono e por esse motivo, a doença geralmente passa despercebida ao longo de vários anos até o seu diagnóstico. Em muitos casos, a suspeita da doença ocorre por outras pessoas que observam os episódios de apnéia ou devido aos seguintes sintomas que podem ser observados:
Ronco alto e interrompido
Sono agitado
Engasgos noturnos
Sonolência excessiva durante o dia
Despertares frequentes
Levantar-se para urinar à noite
Pesadelos
Sono não reparador
Fadiga crônica
Dor de cabeça pela manhã
Irritabilidade
Apatia, Depressão
Dificuldade de concentração
Perda de memória
Impotência sexual
Como diagnosticar?
O diagnóstico da apnéia do sono é feito através de um exame chamado polissonografia que é realizada à noite em um laboratório de sono sob a supervisão de técnico ou enfermeiro capacitado. O paciente deve dormir com sensores fixados no corpo que permitem o registro da passagem do ar pelo nariz/boca, oxigenação sanguínea, frequência cardíaca, movimentos do tórax, posição do corpo na cama, além de outros dados. Os sensores são fixados de maneira a permitir ao paciente movimentar-se durante o exame, não atrapalhando assim o sono. Em casos selecionados o exame pode ser realizado no próprio domicílio do paciente através de aparelhos portáteis.
Qual o tratamento da apnéia do sono?
O tratamento depende da causa e da gravidade da doença. O ronco sem apnéia, bem como a apnéia do sono leve podem ter melhora significativa com medidas simples como: dormir de lado, perder peso, evitar uso de álcool ou tranquilizantes, entre outras. O uso de dispositivos orais confeccionado por dentistas que avançam a mandíbula durante o sono (placa oral) pode ser indicado em alguns casos.
O tratamento mais eficaz e mais utilizado para os casos moderados ou graves consiste no uso do aparelho chamado CPAP (do inglês, Continuous Positive Airway Pressure). O CPAP consiste em um pequeno compressor de ar muito silencioso de alta tecnologia que se conecta a uma máscara ajustada ao nariz do paciente. Esse aparelho previne a obstrução da garganta durante o sono e reestabelece o sono normal ao indivíduo. Apesar de parecer algo muito desconfortável à primeira vista, o aparelho costuma ser bem tolerado pelos pacientes após a primeira semana de uso. As indicações, contra-indicações e boa adaptação deste tratamento ao paciente tem melhores resultados quando realizado com acompanhamento de um médico e equipe de saúde especializada em distúrbios do sono.
Alguns casos podem se beneficiar de algum tipo de cirurgia aplicada ao nariz e/ou à garganta. Nestes casos, o paciente deve ser cuidadosamente avaliado por médico especialista em distúrbios do sono para indicar o tipo de cirurgia mais apropriada ou evitar uma cirurgia desnecessária.
Quando e como procurar ajuda médica?
O indivíduo que apresenta as doenças e/ou os sintomas descritos anteriormente deve questionar o seu médico sobre este problema ou procurar um médico especializado em distúrbios do sono (medicina do sono). Este poderá encaminhá-lo ao exame de polissonografia para confirmar ou descartar a suspeita de apnéia do sono, além de classificar a gravidade da doença. Caso confirme-se a suspeita da doença, o médico especialista poderá orientar e conduzir a melhor forma de tratamento para cada caso, restaurando assim um sono de qualidade.
Insônia
O que é insônia?
Insônia é a dificuldade em iniciar e/ou manter o sono, prejudicando o bom funcionamento da mente e do corpo no dia seguinte. Estima-se que até 40% dos brasileiros sofrem ou sofreram deste mal nos últimos doze meses.
Dificuldade em iniciar o sono;
Levantar muitas vezes durante a noite com dificuldade em voltar a dormir;
Acordar cedo demais;
Sono não restaurador.
A insônia não é definida pelo tempo que uma pessoa dorme ou gasta para cair no sono. A necessidade de sono varia de indivíduo para indivíduo. A insônia geralmente causa problemas durante o dia, tais como: cansaço, falta de energia, dificuldade de concentração e irritabilidade.
Ela pode ser classificada como aguda, intermitente, e crônica. A insônia que dura desde uma noite até algumas semanas é chamada de aguda. Caso os episódios de insônia aguda ocorram de tempos em tempos, ela passa a ser intermitente. A insônia é considerada crônica se ocorre frequentemente e dura mais de um mês.
Quais as causas da insônia?
A insônia é geralmente decorrente da ação de fatores estressantes (precipitantes) em um indivíduo que apresenta fatores predisponentes.
Principais fatores predisponentes:
Idade avançada
Sexo feminino (principalmente durante e após a menopausa)
História de insönia em familiares
Depressão e outros distúrbios psiquiátricos
Doenças orgânicas
Tabagismo, etilismo, dependencia química
O tipo crônico é o mais complexo e geralmente resulta de uma combinação de fatores, incluindo os decorrentes de desordens físicas ou mentais e comumente a depressão. Outras causas incluem artrite, doença nos rins, problema no coração, asma, apnéia, narcolepsia, síndrome das pernas inquietas, mal de Parkinson e hipertiroidismo. Adicionalmente, os comportamentos a seguir têm mostrado perpetuar a insônia em algumas pessoas:
Expectativa e preocupação em ter dificuldade para dormir.
Preocupação excessiva com o trabalho, não sabendo esquecê-los após o fim do expediente.
Ingestão de quantidade excessiva de cafeína.
Beber álcool antes do horário de dormir.
Fumar cigarro antes do horário de dormir.
Soneca excessiva de manhã ou de tarde.
Horários de dormir/acordar irregulares ou continuamente alterados.
Ciclos irregulares de sono/despertar (por um trabalho noturno, por exemplo).
Como se dá o diagnóstico da insônia?
Pacientes com insônia devem ser adequadamente avaliados por um médico especializado em Medicina do Sono. Este poderá utilizar-se de um Diário do Sono preenchido pelo paciente ao longo de 1 a 2 semanas onde ele registrará os horários em que levanta-se, deita-se, cochila, toma café, faz exercícios, etc. Isto será de grande utilidade para a abordagem do médico. Poderá ainda ser solicitada uma Polissonografia (exame do sono) para detectar-se possíveis outras doenças do sono que estejam contribuindo para a insônia.
Como tratar a insônia?
O tratamento para a insônia pode ser simples nos casos de início recente ou intermitente. Nesses casos, a utilização criteriosa de comprimidos para dormir de curta ação pode melhorar o sono e atenção no dia seguinte.
Já o tratamento da insônia crônica é mais complicado e consiste em um tratamento multimodal:
Deve-se diagnosticar e tratar problemas médicos ou psicológicos que possam estar ocasionando a insônia.
Identificar comportamentos que podem piorar a insônia e interrompê-los ou reduzi-los.
Pode ser necessária a prescrição de medicamentos para dormir, dando-se preferência àquelas que não causam dependência. Em geral, são prescritos na dose mínima e no menor período de tempo necessário. Para alguns desses remédios, a dose deve ser gradualmente diminuída, uma vez que uma parada abrupta poderia ocasionar a volta da insônia.
Técnicas de relaxamento: podem reduzir ou eliminar a tensão corporal e ansiedade. Como resultado, a mente da pessoa é capaz de ficar quieta, os músculos podem relaxar e pode ocorrer o sono repousante. Geralmente é preciso muita prática para aprender essas técnicas e alcançar o relaxamento efetivo.
Técnica de Restrição de sono: Algumas pessoas sofrendo de insônia gastam muito tempo na cama tentando sem sucesso dormir. Essas pessoas podem se beneficiar de um programa de restrição de sono que primeiramente permite apenas algumas horas de sono durante a noite. Gradualmente o tempo é aumentado até que seja alcançada um noite normal de sono.
Recondicionamento: Outro tratamento que pode ajudar algumas pessoas com insônia é recondicioná-las para associar a cama e o horário de dormir com o sono. Para a maioria das pessoas, isso significa não usar sua cama para nenhuma outra atividade além de sexo e dormir. Como parte do processo de recondicionamento, a pessoa é geralmente aconselhada para ir para a cama somente quando estiver com sono. Se não for capaz de dormir, a pessoa é orientada a levantar e só voltar para a cama quando estiver com sono. A pessoa também deve evitar sonecas. Eventualmente, o corpo será condicionado a associar a cama e horário de dormir com o sono.
Sonolência Excessiva
A Hipersonia ou Sonolência Excessiva, é um distúrbio onde a pessoa possui dificuldade para se manter acordada durante o dia. A quantidade ideal de sono para um indivíduo é aquela que lhe permite alcançar um nível ideal de vigilância e de bem estar físico e mental no dia seguinte. A necessidade de sono é imperativa e não pode ser eliminada, mas o sono também é um comportamento passível de modificação em função das circunstâncias exteriores. Assim como se pode tomar a decisão de comer mais ou menos, pode-se definir um tempo de sono mais longo ou mais curto. O tempo de sono varia, portanto, de uma noite para a outra e não é um valor fixo. A média de sono nos adultos é de 8 horas. No entanto alguns adultos se contentam com 6 h ou menos e isso sem prejuízos para o dia seguinte. As pessoas que costumam dormir pouco representam 2,5% da população total. Por outro lado, as pessoas que costumam dormir muito (igualmente cerca de 2,5%) só se sentem bem durante o dia após dormirem 10 horas, ou às vezes mais.
A Sonolência Excessiva leva a prejuízos no desempenho escolar, profissional, afetivo e social. Causa déficits cognitivos e aumenta muito o risco para acidentes.
Apesar de Privação de sono e a síndrome da Apnéia Obstrutiva do sono serem a causa em cerca de 70% dos casos na prática clínica, a sonolência excessiva têm várias outras possíveis causas. As principais são:
1. Privação crônica de sono voluntária e involuntária 2. Síndrome da apnéia/ hipopnéia obstrutiva do sono 3. Síndrome das pernas inquietas/ movimentos periódicos dos membros 4. Medicamentos 5. Narcolepsia 6. Distúrbios do ritmo circadiano 7. Hipersonia idiopática.
1. Privação crônica de sono (PCS)
Decorre do fato do indivíduo voluntária ou involuntariamente dormir menos horas do que necessita para se sentir restaurado no dia seguinte. Nossa sociedade é, cada vez mais, uma sociedade de 24 horas, o que exige um grande número de profissionais trabalhando dia e noite, ininterruptamente.
A luz elétrica trouxe para o nosso cotidiano o uso da televisão, trabalho noturno, estudos e compromissos sociais e como conseqüência menos horas de sono e sonolência no dia seguinte. Vivemos em uma sociedade na qual o sono tem pouco valor. Muitas vezes ele é encarado como uma perda de tempo, ou é objeto de um julgamento negativo. A PCS involuntária pode ocorrer por causas não médicas: ruídos, luz, colchão inadequado, temperatura inadequada, parceiros roncadores ou que se movimentam muito, filhos pequenos, posicionamento inadequado, má higiene do sono e por causas médicas provocando insônia, ou fragmentação do sono: depressão, ansiedade, doenças dolorosas, doenças cardíacas, pernas inquietas, transtornos respiratórios do sono, efeitos colaterais de medicamentos, Parkinson, Mania, Alzheimer, etc.
2. Síndrome da Apnéia Obstrutiva do Sono (ver item específico no site)
É definida como episódios recorrentes de obstrução, parcial (hipopnéias) ou total (apnéias), da passagem do ar pela garganta durante o sono, resultando em queda da oxigenação e má qualidade do sono. Afeta grande parcela dos indivíduos que roncam, sendo este um sinal de alarme para a existência desta doença. O diagnóstico da síndrome da Apnéia do Sono é confirmado e classificado quanto à intensidade e gravidade pela polissonografia. Sinais e sintomas: sonolência diurna excessiva, roncos, engasgos e/ ou asfixia ou respiração difícil durante o sono, acordares noturnos recorrentes, sensação de sono não restaurador, fadiga diurna, dificuldade de concentração/ memória, cefaléias matinais, arritmias cardíacas e refluxo gastroesofágico.
3. Síndrome das pernas inquietas e Movimentos periódicos dos membros
A síndrome das Pernas Inquietas (SPI) é referida como uma sensação desagradável nas pernas, acompanhada de uma vontade irresistível de movimentá-las, que piora com o repouso e melhora com a movimentação. É sentida mais freqüentemente na hora que o indivíduo se deita para dormir, provocando enorme dificuldade para o início do sono. O paciente pode voltar a sentir os sintomas quando acorda de madrugada para urinar, ou por outros motivos. Tem a prevalência de 5 a 15% da população geral. O diagnóstico é essencialmente clínico.
Os Movimentos Periódicos de Membros (MPM) atinge a 5% das pessoas acima dos 30 anos e chega a 45% dos indivíduos acima dos 60 anos de idade. A grande maioria (80%) dos pacientes com SPI apresenta MPM, não sendo o contrário verdadeiro.
Os MPM provocam sonolência diurna por fragmentarem o sono e são diagnosticados por relato do parceiro e pela polissonografia. São movimentos estereotipados dos membros com extensão do hálux (polegar do pé), flexão da perna sobre a coxa e dessa sobre o quadril. Movimentos dos membros superiores podem acompanhar esses movimentos dos membros inferiores nos casos mais graves.
Os dois transtornos podem estar associados a condições como gestação, doenças renais ou neurológicas, anemia por carência de ferro, uso de medicamentos como antidepressivos tricíclicos, neurolépticos, lítio ou retirada de benzodiazepínicos (diazepam, lorazepam, etc).
4. Medicamentos
A sonolência excessiva pode ser devida ao uso de drogas (maconha, álcool, etc) e inúmeras medicações como tranqüilizantes, hipnóticos, antialérgicos, anticonvulsivantes, antidepressivos, neurolépticos, etc.
5. Narcolepsia (ver item específico no site)
É uma síndrome que se caracteriza por:
a) ataques irresistíveis de sono durante o dia
b) cataplexia (perda do tônus muscular frente a emoções fortes boas ou más, localizado ou generalizado, geralmente bilateral).
c) paralisias do sono (o paciente ao acordar, não consegue se mover)
d) alucinações no início do sono ou no fim do sono.
Fatores genéticos estão envolvidos com o aparecimento da narcolepsia. A transmissão genética da narcolepsia em humanos não obedece às regras mendelianas, trata-se de uma herança complexa, multifatorial na qual fatores ambientais têm papel importante. Embora a maioria dos casos seja esporádica e não familiar, o risco de um parente de 1° grau de um paciente narcoléptico ter o mesmo distúrbio é 40 vezes maior que na população em geral. Tem a prevalência de 0.02-0.18% na população em geral considerando E.U.A, Europa e Japão, com início geralmente entre os 18 e os 25 anos de idade. Evidências indicam estar associada a uma deficiência de orexina (hipocretina). Na polissonografia é observada uma diminuição da latência para o início do sono e para o sono REM, aumento da quantidade de sono REM e microacordares frequentes. No teste das múltiplas latências do sono, o início do sono ocorre geralmente nos primeiros cinco minutos e o sono REM apresenta-se em pelo menos dois dos cincos registros.
6. Distúrbios do Ritmo Circadiano (ver item específico no site)
Circadiano provém do latim “cerca de um dia” (circa diem). Para facilitar a compreensão destes distúrbios imagine que o ritmo circadiano do nosso sono é o nosso “relógio biológico”. Então podemos dizer, mais simplificadamente, que os distúrbios do ritmo circadiano do sono são alterações dos horários “normais” do sono de nosso relógio biológico que provocam sintomas de insônia, fadiga, cansaço, entre outros.
Existem vários distúrbios do ritmo ciarcadiano. Os principais são: Síndrome Jet-Lag Síndrome do Avanço da Fase de Sono Síndrome do Atraso da Fase de Sono Distúrbio dos Trabalhadores em Turnos
7. Hipersonia primária (HP)
A característica essencial da HP é a sonolência excessiva por um período mínimo de 1 mês, evidenciada por episódios prolongados de sono ou por episódios de sono diurno ocorrendo quase que diariamente. Em indivíduos com HP, a duração do principal episódio de sono (para a maioria dos indivíduos, sono noturno) pode variar de 8 a 12 horas, sendo freqüentemente seguido por dificuldade de despertar pela manhã, sendo a qualidade do sono noturno normal.
TRATAMENTO DA SONOLÊNCIA EXCESSIVA
O Tratamento da Sonolência Excessiva deve ser focado nas causa do problema. Deve-se procurar a ajuda de um médico especialista em distúrbios do sono (medicina do sono) para realizar-se o correto diagnóstico e o subsequente tratamento ideal para cada caso.
Narcolepsia
Narcolepsia é uma condição neurológica caracterizada por episódios irresistíveis de sono e em geral distúrbio do sono. É um tipo de dissonia.
A causa da narcolepsia é o déficit do neurotransmissor denominado orexina no hipotálamo. O déficit deste neurotransmissor estimulante leva à sonolência excessiva. A orexina é também denominada de hipocretina.
Sua prevalência é em torno de 0.02-0.18% na população em geral considerando E.U.A, Europa e Japão, no Brasil ainda não há um estudo de prevalência da Narcolepsia. Esta prevalência equivale a 1 caso da doença em cada 2000 pessoas.
O sintoma mais expressivo é a "preguiça" e sonolência diurna excessiva, que deixa o paciente em perigo durante a realização de tarefas comuns, como conduzir, operar certos tipos de máquinas e outras acções que exigem concentração. Isso faz com que a pessoa passe a apresentar dificuldades no trabalho, na escola e, até mesmo, em casa.
Na maioria dos casos, o problema é seguido de incompreensão familiar, de amigos e patrões. A sonolência, geralmente, é confundida com uma situação normal, o que leva a uma dificuldade de diagnóstico. É comum portadores de narcolepsia passarem a vida inteira sem se darem conta que o seu quadro é motivado por uma doença, sendo tachados por todo esse tempo de preguiçosos e dorminhocos. No entanto, se o narcoléptico procurar ajuda especializada, vai descobrir que é vítima de um mal crônico, cujo tratamento é feito por meio de estimulantes e que se pode prolongar por toda a vida.
As manifestações da narcolepsia, principiando pela sonolência diurna excessiva, começam geralmente na adolescência, quando piora, leva à procura médica à medida que os sintomas se agravam. A narcolepsia é um dos distúrbios do sono que pode trazer consequências individuais, sociais e econômicas graves.
Sintomas da narcolepsia
• Sonolência excessiva durante o dia - desejo incontrolável de dormir durante o dia, mesmo depois de ter dormido bastante na noite anterior.
• Cataplexia - ataque repentino e geralmente breve de fraqueza muscular relacionado a uma reação emocional forte (medo, raiva, alegria).
• Paralisia hipnagógica do sono - episódios breves de paralisia que acontecem quando a pessoa está pegando no sono.
• Paralisia hipnopômpica do sono - episódios breves de paralisia que acontecem quando a pessoa está acordando.
• Alucinações hipnagógicas - alucinações intensas, geralmente visuais ou auditivas, que acontecem no princípio do sono (algumas vezes entre pegar no sono e entrar no estado de sono profundo).
• Alucinações hipnopômpicas - alucinações intensas, geralmente visuais ou auditivas, que acontecem quando a pessoa está acordando.
Tratamento
O tratamento da narcolepsia é feito com medicamentos estimulantes (simpaticomiméticos) para manter os narcolépticos acordados, incluindo a anfetamina e seus derivados como o metilfenidato. A modafinila também vem sendo utlizada com boa eficácia com esta finalidade, sendo recentemente liberada a sua comercialização no Brasil. Os antidepressivos como imipramina ou fluoxetina são prescritos para controlar a cataplexia, a paralisia do sono e as alucinações.
Fazer exercícios regulares (pelo menos três horas antes da hora de dormir), evitar ou reduzir o consumo de cafeína durante a tarde e à noite, tirar cochilos planejados e comer refeições leves durante o dia podem aliviar a sonolência durante o dia e o sono agitado à noite.
Por ser uma doença de longa duração, o tratamento inclui também a orientação dos pacientes e familiares, orientação para a escolha de profissões compatíveis com o problema, além de medidas para prevenção de acidentes graves devido a sonolência excessiva e ataques de sono.
Pesadelos
Pesadelos são sonhos que ocorrem durante a fase de movimentos rápidos dos olhos (REM) e que traz sensações fortes, e sem escapatória, de medo, terror, angústia ou ansiedade extrema, normalmente acordando a pessoa.
Os pesadelos tendem a ser mais comuns entre as crianças, diminuindo sua freqüência com a idade. Nas crianças, o conteúdo do pesadelo pode ser influenciado pelas experiências do dia como televisão, filmes ou eventos assustadores da vida real. Nos adultos, essa associação é menos específica. A maioria dos adultos tende a não se recordar do conteúdo de seus sonhos ou pesadelos, ou apenas de pequenas partes dessas experiências.
Os pesadelos ocasionais sem outros sintomas são ocorrências comuns e não precisam de tratamento.
Alimentar-se imediatamente antes de ir dormir, o que aumenta o metabolismo do corpo e a atividade cerebral, pode provocar a ocorrência de pesadelos com mais freqüência.
Causas comuns:
- doença com febre
- morte de um ente querido (distúrbio de estresse pós-traumático)
- ansiedade ou estresse
- reação adversa a, ou efeito colateral de, um medicamento
- suspensão recente de ingestão de uma droga, como pílulas para dormir
- efeito do álcool ou consumo de álcool excessivo
- abstinência alcoólica abrupta.
Obs.: Este problema pode ter outras causas. A lista não menciona todas elas, nem as cita em ordem de probabilidade. As causas deste sintoma podem incluir doenças pouco comuns e medicamentos. Além disso, as causas variam conforme a idade e sexo da pessoa afetada e os seguintes aspectos específicos dos sintomas: localização, características, evolução, fatores agravantes, fatores atenuantes e queixas associadas.
Terror Noturno
O terror noturno acomete 3% das crianças e tem um importante componente familiar. Ocorre com maior freqüência entre 5 e 7 anos de idade. A ocorrência diminui com a idade, sendo que menos de 1% dos adultos apresentam este distúrbio do sono. Caracteriza-se por súbito alerta a partir de um sono de ondas lentas com um grito penetrante acompanhado por manifestações autônomas e comportamentais de medo intenso.
Os terrores noturnos manifestam-se como descarga autônoma severa com taquicardia, taquipnéia, rubor da pele, diaforese, midríase, diminuição da resistência da pele e aumento do tono muscular. O paciente geralmente se senta na cama, fica não-responsivo a estímulos exteriores e, se acordado, está confuso e desorientado. Ocorre amnésia para o episódio, embora algumas vezes haja relatos de fragmentos de imagens oníricas vívidas muito breves ou alucinações. O episódio pode ser acompanhado por vocalizações incoerentes ou micção.
Os ataques duram de 30 segundos a 5 minutos, sendo raramente mais longos. As crianças voltam a dormir em seguida. Alguns episódios podem estar relacionados com estado febril. Tais ataques de terror noturno tendem a ocorrer no início da noite, fato que pode ajudar na diferenciação com pesadelos que ocorrem na final da noite de sono.
A família deve procurar auxílio de um médico especializado em Medicina do Sono e verificar quais os tratamentos mais adequados ao caso. Existem várias modalidades de tratamento extendendo desde auxílio psicológico até o uso de medicamentos específicos com orientação médica, que conjuntamente apresentam boa eficácia.
Sonambolismo
"Sonâmbulo é alguém que não está nem acordado nem dormindo". Os episódios ocorrem quando a consciência e a memória dormem e a parte motora é despertada repentinamente, pelo ronco, por um distúrbio epiléptico ou por um barulho. A pessoa não tem um despertar normal e passa a andar ou falar coisas desconexas.
Alguns sonâmbulos abrem portas e saem de casa. Outros trocam de roupa, abrem janelas e gavetas, alimentam-se ou urinam. A coordenação no início dos episódios é pobre, podendo tornar-se mais complexa. A expressão facial é estática, e o indivíduo geralmente mantém os olhos abertos e fixos.
Normalmente se recomenda não acordar o sonâmbulo, apenas o conduzir de volta para a cama, pois ele pode ficar agressivo, assustado, confuso e machucar-se.
Às vezes, os sonâmbulos podem se machucar ao escorregar ou perder o equilíbrio, especialmente ao descer escadas ou pular janelas. Alguns andam de braços estendidos pela casa, como forma de evitar obstáculos. Os episódios, que geralmente ocorrem no primeiro terço da noite, duram de alguns segundos até cerca de 20 minutos, mas já foram registrados casos (raros) com duração entre 30 e 40 minutos.
As causas desse distúrbio do sono ainda não são totalmente conhecidas, e costumam ser variadas. Remédios para dormir, distúrbios epilépticos e o ronco, por exemplo, podem deflagrar os episódios de sonambulismo. O sonambulismo não requer tratamento, a não ser que esteja ocorrendo numa freqüência preocupante, ou a pessoa esteja sofrendo ou causando lesões em outras pessoas.
O tratamento varia conforme a gravidade do caso e consiste em orientação, medidas comportamentais e medicamentos. Quando acontece na infância costuma evoluir bem. Quando começa na vida adulta é preciso fazer o diagnóstico diferencial com outras patologias neurológicas.
Comportamentos característicos:
. Senta na cama e fala durante o sono
. Caminha pelo quarto ou pela casa
. Os episódios em geral duram de poucos segundos até 20 minutos
. Anda de olhos abertos
. Tem dificuldade em ser acordado
. Não lembra do episódio
. Ao ser acordado, pode reagir de forma brusca
. Alguns andam de braços estendidos.
Dicas para lidar com um sonâmbulo:
Se o sonâmbulo sai do quarto e caminha pela casa, acompanhe o deslocamento e procure conduzi-lo gentilmente para a cama.
Procure não encostar na pessoa, pois ela pode reagir com empurrões, uma reação de fuga.
Se for preciso acordá-la, tente usar palavras.
Tranque janelas.
Evite beliches.
Tire a chave da fechadura da porta da casa.
Afaste objetos ou móveis que possam representar risco de ferimentos
Facas e outros objetos cortantes devem ser retirados do alcance da pessoa.
Ao se hospedar em andares altos, na casa de amigos ou em hotéis, verifique a segurança das janelas".
Enurese Noturna
Enurese é o hábito involuntário de urinar durante o sono, mais conhecido como "fazer xixi na cama". A partir de 5 anos de idade para as meninas e 6 anos para os meninos é considerado ANORMAL que ocorra enurese mais que 2 vezes por mês. A enurese acomete principalmente crianças e adolescentes em alguns casos também adultos jovens. Estima-se que 2% a 3% dos jovens podem sofrer de enurese.
A Enurese Noturna tem causa biológica. E o fator genético é determinante. Em geral há mais de um caso na familia. Infecções urinárias ou malformações congênitas também podem causar a enurese.
A Enurese possui duas classificações:
Enurese Noturna Primária: quando a criança passa dos cinco anos sem nunca ter apresentado um período prolongado de controle. È a mais comum: 15% das crianças acima dos cinco anos tem Enurese Noturna.
Enurese Noturna Secundária: quando a criança já apresentou um período (cerca de seis meses) de controle, e de repente volta a fazer xixi na cama. É a mais complicada e pode estar associada a fatores emocionais.
É grande o impacto na qualidade de vida da criança com Enurese Noturna Primária, não tratada. É comum a criança e o adolescente se isolarem, com: baixa auto-estima, ansiedade , fraco desempenho escolar.
Existem tratamentos eficazes para tratar a Enurese como mudança de hábitos, comportamentos e também medicamentos.
Ao perceber que a criança com mais de cinco anos idade, ainda molha a cama à noite, procure ajuda médica.
Sindrome das Pernas Inquietas
O que é Síndrome das Pernas Inquietas?
É uma sensação de desconforto nas pernas, não dolorosa, acompanhada de uma irresistível vontade de mexê-las. Os pacientes usam vários termos para tentar descrever o que sentem: “agonia nas pernas”, “coceira nos ossos”, “alfinetadas”, “insetos caminhando pelas pernas”, “pernas querendo dançar sozinhas”, entre outras. Pode ser sentida também nos braços em casos mais graves.
Os sintomas pioram ou só aparecem quando o indivíduo está descansando e desaparecem com movimento. Pioram à noite, especialmente quando o indivíduo se deita. Movimentos dos pés dedos e pernas são vistos quando o indivíduo está sentado ou deitado. Essa inquietação pode ser interpretada erroneamente como nervosismo.
É preciso não confundir esse distúrbio com certos movimentos rítmicos e repetitivos que aparecem quando a pessoa está distraída ou muito tensa. Há quem balance as pernas enquanto lê, escreve ou vê televisão, mas isso nada tem a ver com a síndrome das pernas inquietas. São cacoetes que desaparecem assim que a pessoa se dá conta do que está fazendo.
Os sintomas de SPI podem causar dificuldade para adormecer e permanecer dormindo. Aproximadamente 80% das pessoas com SPI têm também movimentos periódicos dos membros durante o sono (PLMS), esses “puxões” acontecem a cada 20-30 segundos durante a noite toda, causam microdespertares que interrompem o sono.
Por causa da dificuldade de dormir e manter-se no sono, as pessoas se sentem cansadas e sonolentas durante o dia, aumentando irritabilidade, inabilidade para lidar com o estresse, depressão, dificuldade para concentração e memória. Por causa da urgência em movimentar as pernas, longas viagens e atividades de lazer são quase impossíveis.
Tipos de síndrome das pernas inquietas
Há dois tipos de síndrome das pernas inquietas:
1. Síndrome das pernas inquietas primária ou idiopática:
Esse é o tipo mais comum. É chamado primário ou idiopático por não ter uma causa identificável, mesmo após a investigação realizada pelo médico. Estudos mostram que nestes casos existe um importante componente genético no surgimento da doença. A síndrome das pernas inquietas primária, uma vez que aparece, geralmente torna-se uma condição para toda a vida. Com o passar do tempo os sintomas tendem a piorar e ocorrem mais freqüentemente, especialmente se a síndrome das pernas inquietas primária começar quando a pessoa é jovem. Em casos leves, pode haver grandes períodos sem sintomas, ou os sintomas podem durar um tempo limitado.
2. Síndrome das pernas inquietas secundária:
Esse tipo é causado por outra doença ou condição médica, e algumas vezes por certos medicamentos. Os sintomas geralmente desaparecem quando a pessoa fica boa ou melhor da doença ou condição médica, ou quando pára de tomar o medicamento que causou a síndrome das pernas inquietas.
A síndrome das pernas inquietas secundária é causada por certos medicamentos ou por outra doença ou condição médica. Algumas doenças e condições médicas que podem causar a síndrome das pernas inquietas secundária são:
* Deficiência de ferro, com ou sem anemia.
* Falha nos rins.
* Diabetes.
* Mal de Parkinson.
* Danos ao nervos das mãos ou pés.
* Artrite reumatóide.
* Gravidez.
A síndrome das pernas inquietas secundária é comum em mulheres grávidas, ocorrendo nos últimos 3 meses de gravidez e geralmente melhorando ou desaparecendo em algumas semanas depois do parto. Porém, algumas mulheres podem continuar a ter os sintomas depois do parto ou desenvolver síndrome das pernas inquietas de novo mais tarde.
É geralmente diagnosticada somente após vários anos de sintomas em adultos de meia idade. Alguns destes já apresentavam os sintomas desde a infância e podem ter sido chamados de dor de crescimento ou hiperatividade, porque a criança não parava quieta na hora da aula. Crianças inquietas, hiperativas que pedem para massagear suas pernas na hora de dormir podem estar manifestando a SPI.
Diagnóstico
O diagnóstico de SPI é feito através da história clínica e da descrição das sensações. Não há exames laboratoriais que confirmem o diagnóstico, mas estes podem ser feitos para afastar outras doenças do sono. O exame de sangue é necessário para medir a deficiência de ferro. A polissonografia pode evidenciar os movimentos periódicos de membros à noite, reforçando o diagnóstico e avaliando a influência destes movimentos na qualidade de sono do indivíduo.
Tratamento
O tratamento oferecido tem como objetivo aliviar os sintomas e melhorar a qualidade de vida das pessoas com SPI, balanceando riscos e benefícios.
Se uma deficiência de ferro for detectada, utiliza-se suplemento de ferro, vitamina B12, que pode ser suficiente para acabar com os sintomas.
Muitos pacientes com SPI têm seus sintomas causados ou agravados, pela utilização de outros medicamentos.
Certos hábitos e costumes podem piorar os sintomas de SPI. Uma boa higiene do sono deve ser seguida, pois a fadiga e sonolência tendem a piorar os sintomas. Higiene do Sono significa encontrar o melhor horário para dormir e acordar e mantê-lo todos os dias, dormindo o mesmo número de horas. Exercícios físicos moderados são recomendados até seis horas antes do horário de dormir. Para algumas pessoas, ao contrário, exercícios físicos logo antes de dormir são benéficos.
Apesar da cafeína aparentemente melhorar os sintomas, ela os intensifica e os atrasa para mais arde da noite. A melhor solução é evitar todos os produtos com cafeína: café, chá mate, chá preto, refrigerantes, chocolate e alguns medicamentos. O consumo de bebidas alcoólicas aumenta a intensidade dos sintomas, de novo a melhor solução é evitá-las.
Atividades físicas como banho quente, massagens, técnicas de relaxamento, trabalhos manuais, alguma outra atividade que mantenha a mente ocupada, podem ser benéficas, mas dependem da gravidade dos sintomas de cada pessoa. Algumas pessoas não conseguem encontrar alívio com qualquer atividade e precisam de medicamentos.
Alguns medicamentos são utilizados para o tratamento da SPI como agonistas dopaminérgicos, sedativos, medicações para dor e anticonvulsivantes. Cada droga tem seus benefícios, limitações e efeitos colaterais. A escolha da medicação depende da gravidade dos sintomas. Procure um médico especialista em distúrbios do sono para conduzir o tratamento mais adequado ao seu problema.
Como se trata de um distúrbio crônico, o acompanhamento com seu médico a procura de tratamento equilibrado é fundamental para se viver bem e com qualidade apesar da SPI.
Bruxismo Noturno
Bruxismo do sono é um distúrbio do sono caracterizado pelo apertar e ranger dos dentes, de forma involuntária, com aplicação de forças excessivas sobre a musculatura mastigatória. A palavra bruxismo do sono vem do grego brycheinm, que significa ranger dos dentes.
O bruxismo diurno é diferente do bruxismo noturno ou do sono. Assim, o bruxismo diurno é caracterizado por uma atividade semivoluntária da mandíbula, de apertar os dentes enquanto o indivíduo se encontra acordado, onde geralmente não ocorre o ranger de dentes, e está relacionado a um tique ou hábito. Já o bruxismo do sono é uma atividade inconsciente de ranger ou apertar os dentes, com produção de sons, enquanto o indivíduo encontra-se dormindo.
O bruxismo do sono é um problema que afeta sobretudo as crianças podendo também afetar os adultos.
O ranger provoca um desgaste nos dentes que pode afetar a integridade dos mesmos e comprometer a saúde bucal. O bruxismo do sono também "força" e cria tensões ao nível das articulações temporomandibulares (ATM) que pode causar desgastes e eventuais problemas.
As causas do bruxismo do sono são multifatoriais e ainda pouco conhecidas. A má oclusão dentária e tensão emocional podem estar relacionadas a este distúrbio.
O ruído característico do ranger dos dentes, desgaste dentário, hipertrofia dos músculos mastigatórios e temporais, dores de cabeça, disfunção da articulação temporomandibular, má qualidade de sono e sonolência diurna estão entre as principais manifestações clínicas do bruxismo do sono.
O diagnóstico é feito pela observação de um desgaste dentário anormal, ruídos de ranger de dentes durante o sono e desconforto muscular mandibular.
A polissonografia registra os episódios de ranger dos dentes, permitindo identificar alterações do sono e microdespertares. As alterações predominam no estágio 2 do sono não REM e nas transições entre os estágios.
A polissonografia permite ainda o diagnóstico de outros distúrbios do sono, tais como ronco, apnéia do sono, movimentos periódicos dos membros, distúrbio comportamental do sono REM e outros.
O tratamento deve ser individualizado para cada paciente. Como o bruxismo do sono tem causas variadas, o tratamento também segue na mesma direção. O uso de placas orais moles (silicone) ou duras (acrílico) visa a proteção dos dentes prevenindo o desgaste dentário ou fraturas durante o sono. Geralmente se faz necessário abordagem psicoterápica, odontológica, farmacológica e suas combinações, de acordo com o perfil do paciente.
Aplicações locais de toxina botulínica nos músculos envolvidos têm sido utilizadas em casos de bruxismo do sono que não respondem ao tratamento convencional.
Distúrbios no Ritmo Circadiano
Circadiano provém do latim “cerca de um dia” (circa diem). Para facilitar a compreensão destes distúrbios imagine que o ritmo circadiano do nosso sono é o nosso “relógio biológico”. Então podemos dizer, mais simplificadamente, que os distúrbios do ritmo circadiano do sono são alterações dos horários “normais” do sono de nosso relógio biológico que provocam sintomas de insônia, fadiga, cansaço, entre outros.
Existem vários distúrbios do ritmo circadiano. Os principais são:
1. Síndrome Jet-Lag
2. Síndrome de Avanço da Fase de Sono
3. Síndrome de Atraso da Fase de Sono
4. Distúrbio dos Trabalhadores em Turnos
1. Síndrome Jet-Lag
São alterações do nosso “relógio biológico” do sono causadas por longas viagens transcontinentais (através de vários fusos horários). Aproximadamente um terço dos viajantes não experienciam este problema. As causas do jet lag são o estresse ou fadiga relacionado ao vôo, a perda do sono e as relações temporais alteradas entre o sistema circadiano e o novo ciclo local claro-escuro.
O jet-lag é uma condição temporária. Tipicamente os sintomas começam um a dois dias após a chegada ao local de destino. A severidade e a duração dos sintomas são tanto maiores quanto mais numerosos forem os meridianos ultrapassados. Estima-se que demore um dia para o ajustamento correto do “relógio biológico” ao tempo do local de chegada para cada fuso horário ultrapassado.
Prevenção e tratamento da síndrome Jet-Lag:
Antes do vôo:
- Evite ficar privado de sono nas noites anteriores à viagem.
Durante o vôo:
- Evite bebidas alcoólicas e com cafeína durante o vôo (evitando a fragmentação do sono);
- Ingira bastante água para evitar a desidratação;
- Alimentação: ingira alimentos ricos em carboidratos ao anoitecer e ricos em proteínas pela manhã;
- Procure dormir durante o vôo: use máscara para os olhos e tampões para os ouvidos; evite manter-se acordado vendo filmes;
- Uso de hipnóticos de curta e/ou média duração para induzir o sono;
- Incline o assento o máximo possível (40 graus), caso você não viaje de primeira classe.
No local de destino:
- Siga os horários do local de destino;
- Evite ir para o hotel ao chegar e procure aproveitar a luz natural ou a luz de alta intensidade durante o dia;
- Evite a luz intensa, à noite, no local de destino;
- Durma em quarto escuro e tranqüilo, à noite, no local de destino;
- Procure dormir a mesma quantidade de horas que no seu local de origem;
- Evite cochilos durante o dia no local de destino: aumenta muito o alerta;
OBS: Hipnóticos de curta duração ou Melatonina pode ser utilizado no local de destino (uso por até 4 dias). Procure o seu médico para que este prescreva e oriente o medicamento ideal antes da viagem.
2. Síndrome do Atraso/Avanço da fase do sono
Esses distúrbios estão relacionados com o relógio biológico, fazendo com que a pessoa atrase ou adiante o horário de início de sono.
No atraso de fase, por exemplo, a pessoa não consegue dormir antes das 2 horas da manhã, podendo iniciar o sono somente no início da manhã. Devido aos compromissos, a maioria das pessoas precisa acordar cedo, o que faz com que não consiga ter a quantidade de horas de sono suficientes para se sentir bem. Diante disso, passa o dia cansada e sonolenta e quando chega a noite, mais uma vez não consegue adormecer mais cedo. Por que não se caracterizaria como uma insônia? Porque a insônia seria a incapacidade de dormir e, neste caso, a pessoa consegue dormir, mas em horários que não dá para conciliar com seu ritmo de vida. Caso a pessoa tenha a possibilidade e não precise acordar cedo, como nas férias, por exemplo, o sono ocorre em tempo suficiente para se sentir bem.
No avanço de fase, por sua vez, a pessoa tem sono muito cedo, mais que três horas que o horário socialmente convencional e, conseqüentemente, acorda de madrugada, após o número de horas de sono que necessita. Como no atraso de fase, não há alteração na qualidade nem na quantidade de sono, mas somente é necessária uma adequação dos horários. A pessoa sente sonolência excessiva no final da tarde ou começo da noite e desperta naturalmente muito cedo pela manhã (entre 2h e 5h da tarde). A princípio, se a pessoa estiver bem adaptada a esses horários, esse distúrbio não traz maiores prejuízos, contudo, devido ao estilo de vida, pode ser que precise dormir mais tarde, continuando a acordar muito cedo espontaneamente, o que leva a um sono insuficiente crônico.
Dentro dos distúrbios do ritmo circadiano, a síndrome do ATRASO é mais comum que o avanço da fase de sono, respondendo por cerca de dez por cento dos pacientes com insônia crônica. Geralmente, o início da SAFS ocorre na adolescência, sendo raro após a idade de 30 anos. Diversos estudos mostraram que a proporção entre homens e mulheres varia entre adolescentes de 10:1 até 1:1 em adultos.
Uma das formas de tratamento mais utilizado, tanto para o ATRASO quanto para o AVANÇO da fase de sono, na prática é a cronoterapia, pela sua simplicidade e baixo custo. A cronoterapia é uma técnica comportamental na qual a hora de deitar-se é sistematicamente atrasada ou adiantada em 1 a 3 horas a cada dia até reestabelecer-se o horário “normal” para o início do sono do indivíduo.
O tratamento com o uso de luz de alta intensidade (fototerapia) pode ser também indicado. A variação provocada no “relógio biológico” é maior usando uma luz de alta intensidade, quando comparado ao uso da luz comum do quarto. Deve ser realizado um cuidadoso planejamento da fototerapia tendo em vista que há um risco de obter-se mudanças de fases exageradas, ou até mudanças de fase na direção oposta ao previsto à exposição da luz num horário específico do dia. A aplicação terapêutica da luz de alta intensidade exige um controle total sobre a exposição de luz ao longo do dia nos pacientes. A exposição planejada à luz solar também pode ser eficaz em alguns casos.
Um medicamento específico, a melatonina, pode estar indicada para o tratamento de casos selecionados com boa eficácia e segurança.
3. Distúrbio dos Trabalhadores em Turnos
É o distúrbio daqueles que trabalham à noite e “tentam” dormir durante o dia. Nos dias atuais é cada vez mais comum os trabalhadores que fazem plantões noturnos. É caracterizado por queixas de sonolência e/ou insônia em pessoas que trabalham em horas que normalmente deveriam estar dormindo. A insônia pode ser referida pelo paciente como sono não-reparador e a sonolência manifestar-se nos horários de trabalho. Fadiga e sintomas de mal-estar geral são comuns. O trabalho em turnos rotativos parece ser o mais prejudicial aos ritmos circadianos e à qualidade de vida. O distúrbio causa queda do desempenho funcional e aumento significativo do risco de acidentes no trabalho ou fora dele. Há um conflito em torno dos horários para o trabalho e o das atividades sociais, o que pode redundar em irritabilidade e queda da qualidade de vida. Os ritmos circadianos da pessoa são prejudicados pela constante exposição à luz em horários impróprios. Podem surgir distúrbios gastrointestinais e cardiovasculares; disfunções familiares também são comuns. Este distúrbio pode ser diagnosticado por meio da história clínica, e a polissonografia se faz necessária apenas quando outros distúrbios do sono devem ser excluídos.