A figura mostra as principais estruturas anatômicas do sistema grastrointestinal.
DEFINIÇÕES:
1) Fome:
Apesar do termo também conotar uma problemática social, trataremos a fome aqui, como sendo a sensação fisiológica que nos faz procurar e ingerir alimento para satisfazer as necessidades diárias de nutrientes. O ato de ingerir alimentos é causado por uma série de estímulos (ou sinais).
Entre eles está a diminuição, no organismo, da quantidade de nutrientes como glicose, aminoácidos, gordura ou mesmo a diminuição da temperatura interna. Fica claro fazer a ligação: se uma pessoa come para obter nutrientes (e energia) para o organismo, então sua falta deve levá-la a procurar o que comer. Porém, surge uma dúvida: será que é preciso diminuir totalmente o estoque de nutrientes do organismo para que uma pessoa ou um animal sinta fome?
A resposta é não. Na verdade, o organismo é capaz de detectar diminuições mínimas na concentração de nutrientes e, em conseqüência, gerar sinais que vão desencadear a ingestão de alimentos. Mas, será que só comemos quando temos fome? Não, a ingestão de alimentos também pode ser estimulada pela hora do dia, a visão e o cheiro dos alimentos, além de reuniões sociais (daí o ditado “Comer e coçar é só começar”). Todos nós temos experiência que fatores emocionais, facilitação social e condicionamento (uma forma de aprendizagem) afetam a ingestão de alimentos. Quando se come sem ter fome (e essa energia não é gasta), os nutrientes ingeridos além da necessidade serão estocados em forma de gordura, ou seja, engordamos.
2) Saciedade:
O processo inverso da fome, chamado saciedade, também é causado por vários estímulos. Um deles é a distensão da parede gástrica, causada pelo armazenamento do alimento ingerido no estômago. O tempo de permanência do alimento no estômago depende principalmente da sua composição e não simplesmente da quantidade. Quanto mais gordura for contida no alimento, maior o tempo necessário para o esvaziamento gástrico.
Quando o alimento passa do estômago para o intestino, um outro sinal de saciedade é produzido, dessa vez, químico: o intestino libera um hormônio (substância endócrina) para o sangue, chamado de colecistocinina, em resposta à presença de proteínas e de gorduras no alimento que chega intestino.
Os mecanismos que acabamos de descrever se aplicam ao controle da ingestão durante ou imediatamente após uma refeição. Mas existem outros mecanismos que explicam o controle da ingestão por períodos mais longos e que estão diretamente envolvidos na regulação do peso corpóreo.
O que poderia indicar para o organismo que ele deve aumentar ou diminuir a quantidade de alimentos que normalmente ele come? Como a gordura é a forma de estoque de energia, um dos indicadores é a sua própria quantidade no corpo. De fato, o tecido gorduroso (ou adiposo) produz um hormônio endócrino chamado leptina que indica a quantidade de gordura corporal. A leptina vai para a circulação sanguínea, chega ao cérebro e inibe a ingestão de alimentos. Isso significa que uma quantidade alta de leptina diminui a ingestão e uma quantidade baixa, aumenta.
Para onde vão os sinais gerados no organismo para controlar a fome e a saciedade?
Os sinais de fome e saciedade vão para o hipotálamo, uma estrutura cerebral que analisa e gera as respostas apropriadas.
O hipotálamo é um centro de processamento de informações que recebe os vários tipos de sinalizações como a concentração de nutrientes (entre eles, os níveis de glicose no sangue) ou o grau de distensão do estômago. Os níveis de hormônios como a colecistocinina (produzida pelo intestino) e a leptina (produzida pelo tecido adiposo) também são analisados. Com essas informações o hipotálamo produz comandos para a procura e ingestão de alimento e, ainda, prepara o trato gastrointestinal para receber e processar o alimento.
Quando estamos com muita fome, o primeiro impulso é comer tudo o que vem pela frente e repetir em seguida – sem falar na sobremesa.
O problema é que o cérebro leva cerca de 20 minutos, a partir da primeira garfada, para registrar que o estômago está cheio. Portanto, quanto mais rápido você se alimentar, mais tenderá a comer e a engordar.
Segundo especialistas, a ordem dos alimentos pode influenciar nesse
processo, por isso é melhor começar pela salada. E é importante controlar a
ansiedade para não abusar na quantidade de comida. Outras dicas são: tirar
as travessas da mesa, planejar o que comer, olhar para os alimentos antes e
mastigar bem.
Alguns alimentos que aumentam a
sensação de saciedade são:
- Abobrinha
- Berinjela
- Alface
- Laranja
- Mamão
- Banana
Para a boa compreensão destes mecanismos de alimentação é necessário portanto distinguir o que a fome e o que a saciedade, como foi exposto acima. O hipotálamo é a área cerebral responsável pela saciedade e também pela fome.
Quando o indivíduo sente fome física (esta acontece geralmente de 4 a 5 horas após a última refeição) ele precisa alimentar-se. Isso é saudável e necessário.
Ao alimentar-se, o estômago dilata-se do tamanho que está acostumado pelas repetições das refeições e envia uma mensagem ao hipotálamo avisando-o que já está saciado, que não precisa comer mais. Com isso a pessoa está satisfeita e pára de comer. Esse é o mecanismo.
Na pessoa com tendências a comer mais, seja pela razão que for, ansiedade, festa, "boca-livre", rodízio, muito líquido durante a alimentação, enfim qualquer estímulo que possibilite comer demais da conta, o estômago se dilata mais que o costume e demora para enviar a mensagem.
Se esse procedimento se repetir muitas vezes, o estômago vai se dilatando cada vez mais e sempre ficará aguardando a distensão para enviar a mensagem de saciedade. Durante o emagrecimento, o que se busca é o efeito de diminuir mecanicamente o estômago, fazendo apenas com que a pessoa ingira menos alimentos e não beba líquidos na mesma refeição.
A cirurgia que diminui o tamanho do estômago provoca esse efeito de forma drástica. Deixa o estômago com menor capacidade reservatória. A pessoa acostuma a comer pouco, ou seja, o que cabe no novo estômago. Se comer mais do que comporta, vomitará.
No emagrecimento, em que se associa a reeducação alimentar com exercícios físicos, o processo de diminuição da capacidade estomacal também acontece de forma lenta, branda e natural. Se me perguntam se é mais demorado, digo que sim, mas não haverá mutilação alguma, muito menos algum risco. O que a pessoa necessita é força de vontade, paciência e persistência.
Fontes: